Numa mensagem na rede social Twitter, a RSF, que estava a acompanhar em particular o caso de Zam, sublinha que "alertou para execução iminente a partir de 23 de outubro" à Alta-Comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
Manifestou-se ainda "chocada que a justiça iraniana e o patrocinador deste ato @ali_khamenei [líder supremo iraniano] tenham cumprido a sua sentença".
Esta manhã, a televisão estatal iraniana anunciou que o ativista e jornalista Ruholá Zam tinha sido "enforcado por causa da 'gravidade' [dos seus] crimes", poucos dias após o anúncio da confirmação da sua pena no Supremo Tribunal, referem os Repórteres Sem Fronteiras.
Zam viveu no exílio em França vários anos, antes de ser preso pela Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, em circunstâncias obscuras.
A sua prisão foi anunciada em outubro de 2019, mas o Irão não especificou o local ou a data dos factos, acusando Zam, nascido em 1973, de estar a atuar a "mando da inteligência francesa e apoiado" pelos serviços secretos dos Estados Unidos e Israel.
Ruholá Zam, que tinha estatuto de refugiado em França, dirigia um canal 'online', o Amadnews, na plataforma de mensagens criptografadas Telegram, e foi considerado culpado pelo seu papel ativo, através deste meio, no protesto realizado no inverno de 2017-2018, quando pelo menos 25 pessoas foram mortas.
Mais de 2.650 jornalistas foram mortos nos últimos 30 anos, dos quais mais de 40 em 2020, segundo o Livro Branco sobre Jornalismo Global, da Federação Internacional de Jornalistas, divulgado no Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro.