Uma avó da Nova Zelândia lançou o debate: Devem os avós serem pagos por tomarem conta dos netos?
Por todo o mundo, avós tomam conta, de forma altruista e dedicada aos netos. No entanto, outros há que apesar de o fazerem, dizem-se cansados de tamanha tarefa.
Ora, esta avó já se tornou notícia e abriu uma discussão sobre o tema, depois de no Reddit ter partilhado com os internautas, que exigiu à filha que fosse paga por fazê-lo.
"A minha filha tem 29 anos e ele tem um. Ela vai voltar à sua jornada de trabalho, que é de cinco dias por semana, e sete horas por dia, e pediu-me se podia tomar conta do filho durante dois ou três dias. "Claro', respondi-lhe, mas depois expliquei-lhe que queria que me pagasse 12 dólares [cerca de 10 euros] à hora", escreve.
Esta avó prossegue, explicando o seu ponto de vista. "Não sou uma ama, tenho a minha vida. Trabalho para mim e entendo que se ela quer que eu abdique do meu tempo, então preciso de dinheiro para colmatar as horas de trabalho a que vou renunciar".
A filha ter-se-á comprometido a dar-lhe comida em troca, e garantiu que seriam só dois ou três dias, cabendo os restantes aos avós paternos da criança.
"Gosto muito do meu neto, mas como disse, não sou uma creche", reforça a avó.
A sinceridade da mulher gerou, obviamente, centenas de comentários. E se uns se mostram compreensivos, outros há que acham que a mulher não quer, simplesmente, tomar conta do próprio neto.
Em Espanha, por exemplo, a psicóloga Carina Cinalli, considera que remunerar os avós é uma forma não só de ajudá-los economicamente mas também de demonstrar à sociedade como este papel é importante. É uma forma, defende a especialista, de atribuir aos avós o título de cuidador, profissão que é aliás exercida por muitos filhos, por exemplo, aquando da velhice dos pais.
O El Pais, que aborda o tema, usa mesmo o termo Escravatura dos Avós, por muitas vezes não se ter o cuidado de pensar do quão stressante pode ser para os mais idosos terem de assumir o cuidado de uma criança.
Por outro lado, destaca também as vantagens associadas a esta função, que permite aos idosos, sobretudo já após a reforma, de se manterem ativos num papel que exige responsabilidade, mas que tem também muitos benefícios, como a troca de afetos e experiências de vida.