Entre maio de 2019 e maio deste ano foram contabilizadas 81.000 mortes nos Estados Unidos da América (EUA), o maior número de óbitos alguma vez registado anualmente no país, de acordo com informações disponibilizados pelos Centros de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC, na sigla inglesa).
Embora este número também diga respeito, na sua maioria, aos meses que antecederam o início da pandemia nos EUA, as estatísticas mais recentes sugerem que houve uma aceleração quando o SARS-CoV-2 começou a assolar o território norte-americano.
"O recente aumento na mortalidade por overdose de estupefacientes começou em 2019 e continuou em 2020, antes da declaração de emergência nacional relacionada com a covid-19 nos Estados Unidos, em março", esclarece o CDC.
Contudo, o "aumento de mortes por overdose parece ter acelerado durante" a pandemia.
A "perturbação da vida diária durante a pandemia" atingiu "fortemente aqueles que sofrem de distúrbios relacionados com drogas", vincou o diretor do CDC, Robert Redfield, em comunicado.
Os opioides sintéticos, em particular o fentanilo que é produzido ilegalmente, são a principal causa do aumento de mortes por overdose, de acordo com as autoridades norte-americanas.
Com vista ao combate deste problema -- que é há muito um flagelo nos Estados Unidos - as autoridades sanitárias recomendaram a expansão da distribuição de naloxona, um fármaco utilizado em casos de overdose com opioides, assim como a educação das comunidades para os perigos da utilização de estupefacientes.