A informação, divulgada na terça-feira pelo Departamento de Censos dos Estados Unidos, dá conta de que a população norte-americana está praticamente estagnada há vários anos, consequência das restrições implementadas para conter a imigração para o país e também da quebra da fertilidade populacional.
Contudo, as mortes associadas à pandemia da covid-19 exacerbaram este rácio de crescimento letárgico, explicou à Associated Press (AP) William Frey, do Brooking Institution's Metropolitan Policy Program.
"Acho que este é o primeiro vislumbre de para onde é que nos dirigimos no que diz respeito ao crescimento populacional baixo. [A pandemia] está a dizer-nos que está a ter um impacto", sublinhou Frey.
A população dos EUA cresceu 0,35% entre julho de 2019 e julho de 2020, ou seja, houve um incremento populacional de 1.1 milhões de pessoas no último ano.
A estimativa de população em julho de 2019 era de mais de 329 milhões de residentes, de acordo com o Departamento de Censos.
A análise feita por William Frey demonstrou que este foi o menor aumento do último século. Comparando com o período da pandemia da Gripe Espanhola, entre 1918 e 1919, o crescimento foi de 0,49%, incluindo também os militares norte-americanos que estavam a combater na I Guerra Mundial.
O Nordeste e o Centro-Oeste do país tiveram a menor declínio da população entre 2019 e 2020, enquanto o Sul e o Oeste tiveram pequenos aumentos.
O Idaho foi o estado com o maior aumento populacional em apenas um ano, aumentando 2,1% para 1,8 milhões de residentes, seguido pelo Arizona, que cresceu 1,8%.
Contudo, 16 estados perderam população, entre os quais a Califórnia, o estado mais populoso dos EUA, que registou uma descida de 0,18% para 39,3 milhões de residentes.
Já Nova Iorque, que foi o epicentro da pandemia durante a primeira vaga, registou o maior declínio populacional, perdendo aproximadamente 126 mil residentes, ou seja, uma quebra de 0,65%.
O estado da 'Big Apple' tem perdido residentes deste 2016, mas a diminuição foi substancialmente maior no último ano.
Depois de Nova Iorque é o Illinois o que registou o maior declínio (-0,63%), seguido pelo Havai (-0,61%) Virgínia do Oeste (-0,58%) e do Mississípi (-0,38%).
Estas estimativas, divulgadas na terça-feira, foram feitas independentemente dos censos de 2020, que é a contagem de residentes em cada estado norte-americano.
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