Covid-19: Variante detetada na África do Sul é "mais transmissível"

A variante do novo coronavírus detetada na África do Sul estará a espalhar-se mais rapidamente do que as estirpes mais antigas, o que explicará a brusquidão da segunda vaga no país, segundo os investigadores que a identificaram.

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Lusa
23/12/2020 18:49 ‧ 23/12/2020 por Lusa

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Covid-19

 

"Acreditamos, e todas as provas apontam nessa direcção, que esta variante é mais transmissível", disse hoje Túlio de Oliveira, diretor do instituto de investigação KRISP, com sede na Universidade de Kwazulu-Natal, à agência France-Presse (AFP).

A sua equipa já sequenciou centenas de amostras de todo o país desde fevereiro. Os investigadores observaram que uma "variante específica domina os resultados dos últimos dois meses", indicou o Governo na segunda-feira, anunciando a identificação desta nova variante, semelhante a outra variante britânica.

Basicamente, "80 a 90% das amostras colhidas na segunda quinzena de novembro" mostraram esta variante, disse Túlio de Oliveira.

"Nunca vimos uma única linhagem dominar assim" ou "espalhar-se tão rapidamente", observa ele. Até então, "normalmente", circulavam entre 20 e 30 variantes ao mesmo tempo, em várias sequências.

"O que sabemos sobre esta nova variante chamada 501.V2 é que provavelmente surgiu na área da Baía de Nelson Mandela", em torno de Port Elizabeth (sul-sudeste).

Depois, "espalhou-se para a Cidade do Cabo, a região mais turística do país", para o oeste, mas também para o norte, para Durban, explicou Túlio de Oliveira.

Londres anunciou hoje que identificou dois casos desta variante "altamente preocupante", por ser "mais contagiosa" no Reino Unido, anunciando a implementação "imediata" de restrições de viagem.

A África do Sul, de longe o país africano mais afetado pela pandemia, registou em dezembro até mais de 10.000 novos casos em 24 horas.

Mais de 940.000 pessoas testaram positivo desde o início da pandemia e mais de 25.000 sul-africanos morreram.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.718.209 mortos resultantes de mais de 77,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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