"Acreditamos, e todas as provas apontam nessa direcção, que esta variante é mais transmissível", disse hoje Túlio de Oliveira, diretor do instituto de investigação KRISP, com sede na Universidade de Kwazulu-Natal, à agência France-Presse (AFP).
A sua equipa já sequenciou centenas de amostras de todo o país desde fevereiro. Os investigadores observaram que uma "variante específica domina os resultados dos últimos dois meses", indicou o Governo na segunda-feira, anunciando a identificação desta nova variante, semelhante a outra variante britânica.
Basicamente, "80 a 90% das amostras colhidas na segunda quinzena de novembro" mostraram esta variante, disse Túlio de Oliveira.
"Nunca vimos uma única linhagem dominar assim" ou "espalhar-se tão rapidamente", observa ele. Até então, "normalmente", circulavam entre 20 e 30 variantes ao mesmo tempo, em várias sequências.
"O que sabemos sobre esta nova variante chamada 501.V2 é que provavelmente surgiu na área da Baía de Nelson Mandela", em torno de Port Elizabeth (sul-sudeste).
Depois, "espalhou-se para a Cidade do Cabo, a região mais turística do país", para o oeste, mas também para o norte, para Durban, explicou Túlio de Oliveira.
Londres anunciou hoje que identificou dois casos desta variante "altamente preocupante", por ser "mais contagiosa" no Reino Unido, anunciando a implementação "imediata" de restrições de viagem.
A África do Sul, de longe o país africano mais afetado pela pandemia, registou em dezembro até mais de 10.000 novos casos em 24 horas.
Mais de 940.000 pessoas testaram positivo desde o início da pandemia e mais de 25.000 sul-africanos morreram.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.718.209 mortos resultantes de mais de 77,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.