Numa mensagem vídeo divulgada hoje, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, apontou as vacinas já aprovadas e as restantes candidatas em avaliação como "a grande esperança para virar o curso da pandemia", mas para isso é preciso "garantir que todas as pessoas em risco em todo o Mundo sejam imunizadas".
A iniciativa global de partilha e acesso equitativo às vacinas promovida pela OMS, a Covax, "precisa de mais de quatro mil milhões de dólares urgentemente para comprar vacinas para os países de baixos e médios rendimentos", reiterou.
"É o desafio que precisamos de superar no novo ano", considerou, indicando que o objetivo é garantir o acesso a dois mil milhões de doses das várias vacinas candidatas contra o novo coronavírus.
Ghebreysesus declarou que há "uma escolha simples mas profunda" a fazer no próximo ano: "ignoramos as lições de 2020 e deixamos prevalecer a insularidade, sectarismo, teorias da conspiração e ataques à Ciência ou caminhamos juntos os últimos quilómetros desta crise, partilhando as vacinas de forma justa?".
"Em 2020 vimos como as divisões políticas e entre comunidades alimentam o vírus e fomentam crises", lamentou.
Como vai levar tempo para concretizar uma campanha global de vacinação em massa, será preciso continuar a cumprir medidas de distanciamento físico, uso de máscara, etiqueta respiratória e higiene das mãos, insistiu.
Na véspera do aniversário do primeiro anúncio de casos de "pneumonia de origem desconhecida" na cidade chinesa de Wuhan, que viriam a descobrir-se ser provocados pelo SARS-CoV-2, que causa a covid-19, o diretor-geral da agência da ONU salientou que foi um ano marcado por "tantas vidas perdidas e tantas perturbações nas famílias, sociedades e economias".
Ao mesmo tempo, verificou-se "a resposta mais rápida e generalizada a uma emergência sanitária global da história da Humanidade", ressalvou.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.791.033 mortos resultantes de mais de 81,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 6.751 pessoas dos 400.002 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.