Manifestante queria sair à rua mas não esperava um golpe de Estado

Martha Oliver, uma jovem manifestante do partido Democrata, disse hoje à Lusa que saiu à rua em Washington, preparada para estar no meio de milhares de apoiantes pró-Trump, mas não esperava "participar num golpe de Estado".

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© Getty Images

Lusa
06/01/2021 22:47 ‧ 06/01/2021 por Lusa

Mundo

EUA/Eleições

A estudante de 19 anos Martha Oliver saiu hoje com um grupo de amigos na capital dos Estados Unidos, preparada para "defender a democracia" no meio de milhares de manifestantes pró-Trump, depois de apelos a que atendeu pelas redes sociais de grupos do partido Democrata.

"Respeito as escolhas políticas de todos os meus concidadãos e decidi que, estando com vários amigos e companheiros com os mesmos objetivos de defender a democracia, estaríamos em segurança e não íamos correr riscos", começou por dizer Martha numa entrevista telefónica à agência Lusa.

Foi com o passar das horas que as tensões começaram a subir e o grupo de amigos de que Martha fazia parte se decidiu abrigar, com medo de estar a assistir a um golpe de Estado incitado pelo partido Republicano.

"Não assinei para estar presente num golpe de Estado", explicou a jovem à Lusa, que admitiu estar "confusa".

"É confuso, é muito confuso. Nós saímos com objetivos pacíficos e para nos expressarmos livremente, (...) mas os eventos tornaram-se quase violentos", lamentou Martha.

As autoridades utilizaram granadas de gás no Capitólio, enquanto a polícia tentava retirar manifestantes do prédio e janelas partidas, por onde mais manifestantes passam, fazem parte das imagens que marcam o dia de hoje.

"Foi como se tivesse visto que as pessoas tinham maldade nos seus olhos", disse a democrata de 19 anos, depois de ver um grupo de pessoas em confrontos com elementos do aparato policial.

A 'mayor' da cidade de Washington, Muriel Bowser, ordenou um recolher obrigatório a partir das 18:00 locais (23:00 em Lisboa) até às 06:00 de quinta-feira, período no qual os populares não estão autorizados a estar em espaços públicos.

Martha Oliver disse à agência Lusa que vai recolher-se em casa, a pedido dos pais, para não quebrar regras impostas, porque o direito à manifestação, defendeu, deve "fazer parte do quotidiano e da normalidade de todos os americanos, mas com respeito pelos outros".

O Capitólio dos Estados Unidos, onde o Senado e a Casa dos Representantes estavam reunidos para a ratificação de votos por cada Estado nas eleições presidenciais, foi invadido por manifestantes que levavam bandeiras nacionais e imagens da campanha de Donald Trump, que perdeu as eleições em novembro.

Os milhares de manifestantes reuniram-se hoje em Washington, depois de apelos e incentivos do Presidente cessante Donald Trump por protestos contra a alegada "fraude eleitoral".

Depois das 17:00 locais (22:00 em Lisboa) as forças policiais e a Guarda Nacional conseguiram retirar grande parte dos manifestantes que cercaram o prédio do Capitólio nas horas anteriores.

Granadas de gás lacrimogéneo foram utilizadas pela polícia para dispersar os manifestantes, depois de relatos de um disparo por um agente de segurança dentro do prédio do Congresso e vários feridos.

Leia Também: Von der Leyen diz acreditar na "força da democracia" nos Estados Unidos

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