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Invasão ao Capitólio levanta dúvidas sobre segurança em Washington

A invasão do Capitólio norte-americano por apoiantes do Presidente cessante do país, Donald Trump, levantou questões sobre a segurança na capital dos Estados Unidos, havendo críticas à atuação dos dispositivos de segurança de Washington.

Invasão ao Capitólio levanta dúvidas sobre segurança em Washington
Notícias ao Minuto

06:55 - 08/01/21 por Lusa

Mundo EUA/Eleições

A facilidade com que os serviços de segurança destacados para o Capitólio foram ultrapassados por centenas de apoiantes do Presidente "é um fracasso maciço", segundo o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, que anunciou a realização de uma investigação.

"A segurança do Capitólio tem de ser completamente revista", defendeu o senador democrata do Havai, Brian Schatz, na plataforma social Twitter.

De acordo com o diretor da Polícia do Capitólio, Steven Sund, a agência federal de 2.300 agentes responsáveis pela segurança do Congresso, seus funcionários e deputados, não estava preparada para responder à violência.

Apoiantes do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.

Pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, anunciou a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.

Citado pela agência France-Presse (AFP), Steven Sund afirmou que os serviços de segurança tinham planeado uma resposta à manifestação, mas "nunca tinha visto nada como a agressão violenta" de quarta-feira ao longo dos seus 30 anos de carreira.

De acordo com Sund, está em curso uma investigação à morte de um manifestante que tentava entrar numa área do Congresso através de uma janela partida, tendo um agente sido suspenso.

Sund sublinhou que, na altura, a situação era altamente caótica e que outros agentes desativaram engenhos explosivos no exterior do edifício.

A presidente da Câmara de Washington, Muriel Bowser, salientou que o estatuto administrativo especial da capital, separada dos estados vizinhos do Maryland e da Virgínia, mas não um estado em si, a impossibilitou de enviar o Exército, a polícia ou a Guarda Nacional para o recinto do Congresso, um edifício federal.

Segundo a governante, "a Polícia do Capitólio e os líderes do Congresso não tomaram a decisão de pedir o apoio da Guarda Nacional" em antecipação a um comício pró-Trump, anunciado dias antes dos acontecimentos.

De acordo com o líder da polícia municipal, esta só viria a ser chamada pelas 13h00 locais (18h00 em Lisboa), depois das primeiras intrusões de manifestantes defensores do Presidente republicano.

"As coisas já estavam suficientemente más nessa fase", acrescentou, reportando 68 detenções - 41 das quais no recinto do Capitólio.

O secretário do Exército, Ryan McCarthy, que dirige, na prática, a Guarda Nacional na capital federal, reconheceu que os serviços de segurança estavam preparados para uma manifestação, mas que "nunca imaginou" um ataque ao Congresso.

McCarthy acrescentou que está a ser erguida uma bandeira de dois metros de altura para proteger todo o complexo do Congresso até dia 20.

A presidente da câmara de Washington prorrogou o estado de emergência por 15 dias, até à tomada de posse de Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos, prevista para 20 de janeiro, no Capitólio.

Na quinta-feira, o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, na última etapa antes de ser empossado em 20 de janeiro.

O vice-Presidente republicano, Mike Pence, validou o voto de 306 grandes eleitores a favor do democrata contra 232 para o Presidente cessante, Donald Trump, no final de uma sessão das duas câmaras, marcada pela invasão de apoiantes de Trump.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os violentos protestos foram "um ataque sem precedentes à democracia" do país e instou Donald Trump a pôr fim à violência.

O governo português condenou os incidentes, à semelhança da Comissão Europeia, do secretário-geral da NATO e dos governos de vários outros países.

Durante o dia de hoje, a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciou que o Congresso irá abrir um processo para a remoção de Trump do cargo de Presidente do país caso Mike Pence recuse recorrer à 25.ª Emenda para destituição de Trump.

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