"Os norte-americanos são a raiz do terrorismo. As políticas e ações do Governo Trump também são terroristas. As suas políticas refletem o pensamento de crise e são repreensíveis e temos o direito de lutar contra estas posições", disse Mohamed Ali al-Houthi, que é um alto oficial dos rebeldes numa mensagem publicada na rede social Twitter.
"O povo iemenita preocupa-se com qualquer designação da Administração Trump quando esta é cúmplice do assassínio de iemenitas", acrescentou.
O Governo de Trump anunciou no domingo, a dez dias do fim do seu mandato, que colocaria os rebeldes Huthis na lista negra de grupos "terroristas", o que, segundo organizações internacionais, pode agravar a crise humanitária naquele país do Médio Oriente.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, explicou que notificará o Congresso desta decisão a fim de fortalecer a "dissuasão contra as atividades nocivas do regime iraniano", que apoia o grupo rebelde iemenita contra o Governo suportado por uma coligação liderada pelo Arábia Saudita, aliada de Washington.
Três líderes Huthis também estão na lista negra, incluindo o seu líder Abdel Malek al-Houthi.
A situação no Iémen levou as Nações Unidas a sugerir, também no domingo, a criação de uma zona desmilitarizada na cidade de Hodeida, no Iémen, nas margens do Mar Vermelho, para haver um acesso mais fácil à zona e de controlo do cessar-fogo.
No domingo, realizaram-se reuniões entre a missão da ONU e os rebeldes xiitas Huthis na capital, Sana, para discutir o acesso à província.
Desde o início da guerra em grande escala, no começo de 2015, o Acordo de Estocolmo, assinado em dezembro de 2018, foi o primeiro entre o governo do Presidente exilado, Abdo Rabu Mansur Hadi, apoiado pela Arábia Saudita, e os Huthis, que controlam o nordeste o Iémen, um terço do território do país.
O acordo estipulava um cessar-fogo e a desmilitarização da cidade de Hodeida, do seu porto e dos dois portos vizinhos de Salif e Ras Issa.
As partes concordaram também que os Huthis permaneceriam dentro da cidade e os membros leais da coligação ficariam na periferia sul e leste, embora as hostilidades continuem.
A guerra no Iémen mergulhou o país, o mais pobre da Península Arábica, na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU, com quase toda a população à beira da fome e ameaçada por epidemias.
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