Visita a local da explosão em Beirute fez parte de atividade profissional

Um funcionário português da empresa Fábrica de Explosivos de Moçambique, com sede em Portugal, alvo de um mandado da Interpol, visitou o porto de Beirute em 2014 como prática profissional usual, justificou a firma em comunicado.

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Lusa
13/01/2021 09:46 ‧ 13/01/2021 por Lusa

Mundo

FEM

 

A informação faz parte dos últimos desenvolvimentos na investigação da explosão de nitrato de amónio que provocou mais de 200 mortos em 2020 na capital do Líbano.

Após as notícias de terça-feira "que dão conta da emissão de um mandado de captura internacional de um colaborador da FEM, no âmbito da investigação", a fábrica referiu que a visita ao porto sob inquirição "é usual em termos de acompanhamento de cargas encomendadas e obrigatória nas regras de boa gestão quando o fornecedor está em incumprimento". 

"O nosso colaborador foi fazer o que lhe competia", acrescentou.

A empresa anunciou estar totalmente disponível, assim como o funcionário, para prestar todos os esclarecimentos.

A FEM é detida pela empresa Moura, Silva & Filhos, com sede na Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga.

A Interpol emitiu um mandado contra um comerciante português que, em 2014, examinou o armazém no porto de Beirute onde estava o carregamento de nitrato de amónio, químico que explodiu em agosto, causando mais de 200 mortos, informou a agência espanhola EFE na terça-feira.

A agência de notícias cita a sua congénere libanesa ANN, segundo a qual Ghassan al Joury, procurador do Ministério Público que investiga a explosão na capital libanesa, que causou ainda cerca de 6.500 feridos, recebeu uma cópia da notificação daquela organização internacional de polícia criminal (Interpol) contra o "negociante de nitrato" no dia 05 de janeiro.

Em causa está o cargueiro "Rhosus", de bandeira moldava, que chegou à costa libanesa, em 2013, com uma grande quantidade de nitrato de amónio a bordo, produzido na Geórgia, e descarregou a carga em Beirute, apesar de o seu destino final ser Moçambique.

O juiz libanês titular do processo já indiciou no início de dezembro o primeiro-ministro libanês em exercício, Hasan Diab, e três ex-ministros de suposta negligência no caso relacionado com a explosão ocorrida em 04 de agosto de 2020.

A explosão de cerca de três mil toneladas de nitrato de amónio causou uma onda de choque que devastou vários bairros da capital libanesa, deixando cerca de 300 mil pessoas temporariamente desabrigadas, mais de 200 mortos e mais de 6.500 feridos.

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