Foi em França, em junho de 2019, que Evaëlle, de apenas 11 anos, morreu. A menina foi encontrada sem vida pelo pai, depois de mais um dia de aulas.
Evaëlle frequentava o 6.º ano e era considerada uma menina inteligente, de bom humor, e apaixonada pelo teatro e pela rádio.
Contudo, o que poucos sabiam, era o sofrimento que escondia por ser alvo, todos os dias, de maus tratos psicológicos por parte de colegas e de uma professora.
Evaëlle suicidou-se no seu quarto a 21 de junho e o seu caso popularizou-se, tornando-se num exemplo daquilo que pode ser uma das consequências do bullying.
Segundo os pais de Evaëlle, o seu pesadelo começou em 2018, quando a criança se tornou alvo de ameaças por andar com uma mala demasiado pesada, no colégio Isabelle-Autissier. Na mesma altura, a professora terá tornado a criança no seu 'bobo de corte'. Cientes do que se estava a passar, os pais mudaram a criança de escola. A menina, que estava a ser acompanhada por um psicólogo, terá sido alvo de um novo ataque na nova escola e receosa de que o calvário fosse começar novamente, Evaëlle preferiu tirar a própria vida.
Cinco meses após a tragédia, o Ministério Público de Pontoise abriu uma investigação criminal por homicídio involuntário e "assédio moral a um menor de 15 anos" contra uma professora e vários estudantes. A docente está interdita de exercer a profissão desde então e encontra-se sob controlo judiciário.
Já os três alunos acusados tiveram 'sortes' diferentes. Um encontra-se sob supervisão judicial, com a obrigação de frequentar aulas de correção, uma medida que foi contestada pela defesa do próprio. Os outros dois foram libertados, mas continuam a ser acompanhados.
Os pais de Evaëlle querem que o seu caso sirva de exemplo para uma mudança de atitude, sobretudo na educação das crianças, e pedem para que se ensine o que é empatia nas instituições de ensino. "Sabemos mostrar aos jovens o que é mau e dizemos-lhe que não o devem fazer. Mas não lhes mostramos quais podem ser as consequências desses atos", referem.
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