A mortalidade em excesso, medida a partir da média dos três anos anteriores, foi díspare ao longo de 2020 entre os estados-membros, com Portugal a atingir picos nos meses de julho e novembro, de acordo com dados estatísticos divulgados hoje pela Comissão Europeia, em que se contam 297.500 mortes em excesso na UE entre março e outubro.
Em julho, a mortalidade em Portugal foi 25,3% superior ao período homólogo de referência, muito acima da média europeia de mortalidade em excesso para esse mês, que ficou nos 2,9%, enquanto em novembro a mortalidade em excesso em Portugal voltou a disparar para 25,5% acima da média dos três anos anteriores.
No mês de novembro, para o qual não há dados sobre todos os países, os números disponíveis da mortalidade em excesso atingem valores como 97,2% na Polónia, 94,5% na Bulgária.
Só Chipre, Dinamarca, Letónia e Irlanda conseguiram manter a mortalidade em excesso abaixo de 10% no mês de novembro.
Dinamarca, Finlândia e Estónia são, aliás, os únicos países da UE em que a mortalidade em excesso durante o ano passado nunca ultrapassou 10%.
O pico de mortalidade em abril nos 27 países da União coincidiu com a primeira vaga da pandemia da covid-19, assinala a Comissão, acrescentando que após um início de 2020 com mortalidade abaixo da média, "durante o mês de março, o número de mortes subiu rapidamente" em alguns países, destacando-se logo nesse mês Itália (com 49,2% de mortalidade em excesso) e Espanha (59,2%).
Mas o pior ainda estava para vir em abril, mês em que a mortalidade em excesso disparou para 78,9% em Espanha, 73,9% na Bélgica e 53,6% na Holanda, 41,2% na Itália, 38,3% na Suécia e 36,4% em França.