Ministro dos Negócios Estrangeiros do Zimbabué morre com Covid-19

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Zimbabué, Sibusiso Busi Moyo, o militar que anunciou a tomada do país pelas Forças Armadas zimbabueanas que levou à queda de Robert Mugabe, em 2017, morreu hoje vítima de covid-19, anunciou a Presidência.

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Lusa
20/01/2021 11:35 ‧ 20/01/2021 por Lusa

Mundo

Zimbabué

Moyo morreu esta manhã aos 61 anos de idade num hospital da capital do país, Harare, confirmou o porta-voz da Presidência, George Charamba, numa declaração.

O próprio Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, confirmou a morte do ministro e partilhou uma mensagem de homenagem ao falecido veterano da luta do país pela independência.

"O Zimbabué perdeu um funcionário público dedicado e um verdadeiro herói e eu perdi um amigo. Lutou toda a sua vida para que o Zimbabué pudesse ser livre. Que descanse em paz", escreveu o chefe de Estado, na rede social Twitter.

Moyo, um general do exército aposentado, ficou conhecido em finais de 2017 pelo seu papel na tomada do poder pelos militares que levou à demissão forçada do ex-presidente Robert Mugabe, após quase quatro décadas no poder.

O homem que mais tarde se tornaria ministro dos Negócios Estrangeiros foi encarregado de aparecer na televisão pública do Zimbabué às primeiras horas da manhã de 15 novembro de 2017 para anunciar, de uniforme, que os militares tinham tomado o controlo do país.

A operação levaria à demissão de Mugabe - forçada pelas Forças Armadas e pela própria liderança do seu partido, a União Nacional Africana do Zimbabué -- Frente Patriótica (ZANU-PF) - uma semana mais tarde. Mugabe considerou sempre esta operação como um golpe de Estado.

Moyo é o segundo membro do executivo do Zimbabué a morrer da covid-19 em apenas alguns dias. Ellen Gwaradzimba, ministra para os Assuntos Provinciais de Manicaland -- uma província do país a leste de Harare, na fronteira com Moçambique -- morreu no passado dia 15 aos 60 anos de idade.

O Zimbabué, país que há vários anos enfrenta graves problemas económicos, confirmou até agora 28.675 casos de infeção com covid-19 e um total de 825 mortes.

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