"Cumprimento Joe Biden como 46º Presidente dos EUA. A relação Brasil e Estados Unidos é longa, sólida e baseada em valores elevados, como a defesa da democracia e das liberdades individuais. Sigo empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade de nossas nações e o bem-estar de nossos cidadãos", começou por escrever Bolsonaro da rede social Twitter.
o chefe de Estado brasileiro, um confesso admirador do antecessor de Biden, Donald Trump, acrescentou ainda que endereçou ao novo Presidente norte-americano uma carta, "cumprimentando-o por sua posse" e expondo a sua "visão de um excelente futuro para a parceria" entre ambas as nações.
Nessa carta, que Bolsonaro também partilhou nas redes sociais, o mandatário declarou ser um admirador de "longa data" dos EUA e que, desde que tomou posse, em janeiro de 2019, passou "a corrigir equívocos de Governos brasileiros anteriores, que afastaram o Brasil dos Estados Unidos, contrariando o sentimento da população e dos interesses comuns".
Ao longo do texto, Bolsonaro enumerou ainda as várias áreas em que pretende trabalhar conjuntamente com a administração de Biden, como a ambiental, económica e na defesa da "democracia e liberdade".
Citando a "ampla e profunda parceria" construída pelos dois países "sob o signo da confiança", Bolsonaro apontou que empresários brasileiros e norte-americanos têm interesse num "abrangente" acordo de livre comércio para gerar mais empregos e investimentos, além de aumentar a competitividade global das respetivas empresas.
Em relação à defesa da democracia, Bolsonaro entende que "interessa a ambos os países contribuir para uma ordem internacional", que "defenda os direitos e liberdades fundamentais de todos", mostrando-se disposto a trabalhar com os EUA nesse sentido.
Um dos pontos apontados por Bolsonaro na carta foi a questão ambiental, um tema polémico, que já levou Biden a ameaçar o Brasil com "consequências económicas significativas" caso não proteja a Amazónia.
"Estamos prontos para continuar a nossa parceria em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazónia, com base no nosso diálogo ambiental, recém-inaugurado", escreveu o chefe de Estado do Brasil.
A carta é concluída com o desejo de "pleno êxito" no exercício do mandato e um pedido para que Biden aceite os votos da sua "mais alta estima e consideração".
Desde o início da campanha eleitoral nos Estados Unidos, o Presidente brasileiro expressou o seu apoio a Trump e não escondeu as suas divergências com Biden, principalmente em relação à agenda ambiental.
Admirador declarado do agora ex-Presidente norte-americano Donald Trump, derrotado por Biden em novembro, Bolsonaro foi o último chefe de Estado entre as grandes economias do mundo a felicitar Biden pela vitória eleitoral, fazendo-o apenas em 15 de dezembro último.
Também o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, comentou hoje a tomada de posse de Biden, afirmando que a relação Brasil-Eua "irá continuar", acrescentando que a nação norte-americana é um "farol para o mundo ocidental".
Biden tomou hoje posse, em Washington, como 46.º Presidente dos Estados Unidos, na sequência da vitória nas eleições presidenciais norte-americanas de 03 de novembro de 2020.
A ex-senadora norte-americana da Califórnia Kamala Harris também jurou fidelidade à Constituição dos Estados Unidos como vice-Presidente, sendo a primeira pessoa negra e a primeira de ascendência sul-asiática eleita para o cargo.
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