Muro de Trump na fronteira EUA-México avança apesar de suspenso

Os trabalhos de construção do muro na fronteira Estados Unidos-México prosseguiam hoje, um dia depois de o novo presidente, Joe Biden, ter ordenado a sua suspensão. 

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© REUTERS/Loren Elliott

Lusa
21/01/2021 22:01 ‧ 21/01/2021 por Lusa

Mundo

EUA

A ordem executiva suspendendo a construção do muro, uma bandeira do seu antecessor na Casa Branca, Donald Trump, foi um dos primeiros assinados na quarta-feira por Joe Biden, horas depois de tomar posse como 46º presidente dos Estados Unidos.

Contudo, conforme relataram à EFE fontes de organizações não-governamentais em áreas de construção do muro, na quarta-feira foi dinamitada uma secção de uma montanha dentro do desfiladeiro de Guadalupe, na fronteira do Estado do Arizona com o México, e já esta manhã foram retomados trabalhos em vários pontos.

"A construção prossegue (...) esta manhã vimos camiões a transportar materiais, estão a trazer equipamento pesado para esta região", afirmou a diretora executiva do Centro de Estudos Internacionais de Rio Grande, no Estado do Texas, Tricia Cortez.

Cortez, co-fundadora de uma coligação contra a construção do muro, entrou em contacto com o Gabinete de Alfândegas e Segurança de Fronteiras (CBP, na sigla inglesa), exigindo que seja dado cumprimento à nova ordem presidencial.

A ordem executiva de Biden determina que as obras de construção parem "tão brevemente quanto possível", dando um prazo máximo de 7 dias para cumprimento.

Os projetos de construção, adianta, devem parar imediatamente, para permitir uma revisão sobre a legalidade e os métodos usados para financiamento e contratação utilizados e avaliar as "consequências administrativas e contratuais" de suspensão.

Durante a presidência de Donald Trump, que fez do muro uma medida central para conter a imigração ilegal, foram construídas cerca de 450 milhas (720 quilómetros) de muro, em grande parte substituindo valas anteriormente existentes.

A extensão da fronteira norte-americana com o México é de quase 2.000 milhas (cerca de 3.200 quilómetros).

Na última semana antes da transição para a administração Biden, Donald Trump deslocou-se a Alamo, Texas, para enaltecer o combate à imigração ilegal.

Nos últimos quatro anos, Trump e o seu Governo tomaram medidas extremas para tentar conter a imigração ilegal e legal, vendo os seus esforços a ser auxiliados pela pandemia de covid-19, que paralisou as viagens internacionais.

Contudo, o número de pessoas que tentaram atravessar a fronteira do sul dos Estados Unidos tem aumentado nos últimos meses e os dados de dezembro mostram quase 74.000 tentativas, um crescimento de 03% em relação a novembro e um crescimento de 81% em relação ao ano anterior.

Biden prometeu suspender a construção do muro de fronteira e tomar medidas executivas sempre que possível para reverter algumas das restrições de Trump à imigração legal e aos requerentes de asilo.

Ainda assim, Biden e os seus assessores reconheceram a possibilidade de uma nova crise na fronteira, se agirem depressa demais, e o Presidente eleito disse mesmo que o seu Governo pode demorar até seis meses a garantir o financiamento e colocar em prática uma estratégia alternativa à de Trump.

Leia Também: Governo do México saúda Biden por decretos contra muro

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