O representante especial do novo Presidente dos EUA, Joe Biden, defendeu que o seu país deve fazer mais para tornar as pessoas mais resistentes aos efeitos das mudanças climáticas, numa cimeira -- em formato virtual, por causa da pandemia de covid-19 - em que líderes mundiais trocam experiências e ideias sobre medidas para problemas ambientais.
A chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também se comprometeram a apoiar a causa, nas suas intervenções em vídeo durante a Cimeira de Adaptação ao Clima.
"Há três anos, os cientistas fizeram-nos um aviso bastante duro. Eles explicaram que tínhamos 12 anos para evitar as piores consequências da mudança climática", lembrou John Kerry, na sua intervenção.
"Agora, resta-nos nove anos restantes e lamento que o meu país tenha estado ausente por três desses anos", acrescentou o representante norte-americano para o clima.
Sob o Governo de Donald Trump, os Estados Unidos retiraram-se do acordo climático de Paris, numa decisão que Biden já revogou, no primeiro dia do seu mandato presidencial.
"O Presidente Biden fez do combate às mudanças climáticas uma prioridade máxima, para o seu Governo. Agora temos um Presidente, graças a Deus, que governa, fala a verdade e está atento a esta questão", disse o ex-chefe da diplomacia norte-americana.
"Estamos orgulhosos por estar de volta. Faremos tudo ao nosso alcance para compensar os anos de ausência", prometeu Kerry.
A cimeira de Haia foca-se nos efeitos das mudanças climáticas, segundo os organizadores, que recordaram que edições anteriores se tinham dedicado ao combate às causas das alterações, nomeadamente às emissões de carbono.
Durante o encontro, Boris Johnson anunciou o lançamento de uma Coligação de Ação de Adaptação, em parceria com o Egito, Bangladesh, Malaui, Países Baixos, Santa Lúcia e as Nações Unidas.
"É inegável que as mudanças climáticas já estão a ocorrer e a devastar vidas e economias", disse Boris Johnson.
Angela Merkel e Emmanuel Macron concordaram com a necessidade de promover a adaptação climática e falaram dos valores que os governos alemão e francês se comprometeram a promover.
John Kerry, no entanto, defendeu que a melhor adaptação é acelerar as medidas para retardar a evolução do aquecimento global, mantendo-a em 1,5 graus Celsius.
Um aumento de 3,7 a 4,5 graus Celsius - o cenário expectável se nada for feito para conter as emissões de carbono - criaria "condições fundamentalmente inviáveis" para todos, exceto nos lugares mais ricos do planeta, explicou John Kerry.
O ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, saudou o regresso dos Estados Unidos ao acordo climático de Paris e elogiou "a liderança visionária" do Presidente Joe Biden.
O encontro, que conta também com o secretário-geral da ONU, António Guterres, deverá conduzir a um "programa de ação de adaptação" aos efeitos das mudanças climáticas.
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