Novo Governo da Estónia empossado, o primeiro chefiado por uma mulher
O parlamento da Estónia aprovou hoje o novo Governo de coligação de dois partidos, o primeiro chefiado por uma mulher desde a recuperação da independência, em 1991, por este Estado do Báltico.
© Reuters
Mundo Estónia
Os 15 membros do gabinete da primeira-ministra Kaja Kallas, uma advogada de 43 anos e antiga eurodeputada, foi aprovado pelo Riigikogu (parlamento) de 101 lugares, após ser designado pela Presidente Kersti Kaljulaid.
O Partido Reformista de Kallas (centro-direita) e o Partido do Centro (centro-esquerda), os dois maiores partidos políticos do país, assinaram no domingo um acordo de coligação que vai suceder ao anterior gabinete liderado pelo líder do Centro Juri Ratas, que se demitiu em 13 de janeiro devido a um escândalo de corrupção.
Os dois partidos têm cada um sete pastas ministeriais e o Governo garante larga maioria no parlamento.
O gabinete de Kallas enfrenta diversos desafios que terá de abordar no imediato e antes das próximas eleições legislativas agendadas para março de 2023 nesta ex-república soviética e atual membro da União Europeia (UE) e da NATO.
Uma das prioridades imediatas consiste no combate ao agravamento da situação sanitária motivada pelo coronavírus e a crise económica provocada pela pandemia.
O Partido Reformista, com ligações aos meios empresariais e defensor de políticas económicas liberais, venceu as legislativas de 2019 sob a liderança de Kallas, mas ficou afastado do poder após o Partido de Centrista de Ratas ter formado uma coligação de três partidos com o Partido Popular Conservador da Estónia (EKRE, direita nacionalista) e o conservador União Pró Pátria (Isamaaliit).
O Governo de Ratas, que entrou em funções em abril de 2019, revelou-se instável desde o início devido à forte retórica do nacionalista EKRE, o terceiro maior partido e que possui uma agenda anti-imigração e anti-UE.
Os seus líderes, Mart Helme e o seu filho Martin, conduziram pelo menos duas vezes o Governo à beira do colapso.
No entanto, o Executivo de Ratas acabou por cair na sequência de um escândalo de corrupção no seu próprio partido, e que envolveu um responsável suspeito de aceitar um donativo privado para esta formação em troca de um favor político sobre um projeto imobiliário no distrito portuário de Tallinn, a capital.
Kallas optou agora por formar um gabinete equilibrado em termos de género, ao colocar várias mulheres em postos chave, incluindo a reformista Keit Pentus-Rosimannus na pasta das Finanças e Eva-Maria Liimets, embaixadora estónia em República Checa, como chefe da diplomacia.
A Estónia, um país com 1,3 milhões de habitantes, é também um dos raros países onde a chefia do Estado e do Governo são ocupados por mulheres.
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