Sem ter ainda uma vacina própria, o laboratóriovai ajudar a embalar mais de 100 milhões de doses da rival norte-americana, destinadas à União Europeia, após o Governo francês lhe ter pedido, várias vezes, para disponibilizar as suas linhas de produção aos concorrentes.
Numa entrevista ao jornal Le Figaro, Paul Hudson explicou que a Sanofi vai utilizar asuafábrica na Alemanha, em Frankfurt, para embalar a vacina que lhe será fornecida pela Pfizer e BioNTech a partir de julho.
"Estando este local de produção localizado perto da sede da BioNTech [em Mainz], isso vai facilitar o processo", defendeu o CEO do grupo francês.
O acordo é alcançado num momento em que vários laboratórios estão emdificuldades para manter as cadências de produção elevadas de forma a respeitar os contratos de distribuição que assinaram.
O grupo americano Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã BioNTech foram os primeiros a advertir, este mês, que não conseguiriam cumprir a calendarização inicialmente acordada com a União Europeia, antes de dizer que podiam limitar a uma semana o atraso nas entregas.
Na semana passada, foi a vez da britânica AstraZeneca, cuja vacina ainda não foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), indicar que as suas entregas seriam inferiores ao previsto no primeiro trimestre, causando a indignação da União Europeia.
Hoje mesmo, a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, pressionou os fabricantes ao dizer que devem "honrar as suas obrigações".
"A Europa investiu milhares de milhão [de euros] para desenvolver as primeiras vacinas e criar um verdadeiro bem comum a nível mundial. Agora é a vez de as empresas cumprirem as suas promessas", defendeu a presidente da CE.
Em resposta, o diretor-geral da AstraZeneca, Pascal Soriot, garantiuao Le Figaro que o seu grupo "com certeza não tira vacinas aos europeus para vendê-las com lucro noutros locais", mas falou em preocupações relacionadas com a produção que têm de ser resolvidas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.149.818 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins, dos EUA.
Em Portugal, morreram 11.012 pessoas dos 653.878 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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