A Índia iniciou, na semana passada, uma campanha diplomática para fornecer, de forma subsidiada, vacinas contra a covid-19 de fabrico próprio a países vizinhos como o Bangladesh, o Butão, as Maldivas, as Seychelles, o Sri Lanka, o Myanmar ou o Nepal.
Até agora, o país já forneceu 5,5 milhões de doses, de acordo com dados hoje avançados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia.
Nos "próximos dias", dois outros países também receberão vacinas subsidiadas pela Índia: Omã (100.000 doses) e Nicarágua (200.000).
Além disso, a Índia também iniciou, na sexta-feira, o envio comercial de vacinas para outros países como o Brasil e Marrocos, enquanto outros aguardam -- como a Arábia Saudita, a África do Sul, o Canadá ou a Mongólia -, além de ter contribuído com um milhão de doses para o programa das Nações Unidas de distribuição de vacinas aos países mais pobres Covax e doado mais 10 milhões de vacinas diretamente a países africanos.
"Ao enviar vacinas contra o coronavírus para vários países e instalar infraestruturas relacionadas com a vacinação, a Índia está a salvar a vida de cidadãos de outros países", disse Modi na sua intervenção no fórum.
No seu discurso, Modi destacou ainda que a Índia, país considerado como a farmácia do mundo, pela capacidade de fabrico e baixo custo, espera ampliar o número de vacinas em produção contra a covi-19.
"Apesar de atualmente apenas duas vacinas contra o coronavírus fabricadas na Índia terem sido introduzidas no mundo, esperamos que, numa futuro próximo, muito mais vacinas deste tipo estejam disponíveis na Índia. Essas vacinas ajudar-nos-ão a apoiar mais países ao redor do mundo e numa escala muito maior", afirmou o primeiro-ministro.
O Instituto Serum da India, maior fabricante de vacinas do mundo em volume, produz neste país a vacina do laboratório anglo-sueco AstraZeneca e da Universidade de Oxford.
O laboratório indiano Bharat Biotech também desenvolveu a sua própria vacina, a Covaxin, que está a ser usada na Índia, apesar de a fórmula ainda não ter concluído os testes clínicos.
Modi também destacou que a Índia, onde vivem cerca de 1,3 mil milhões de pessoas ou quase 18% da população mundial, "controlou efetivamente" o coronavírus e evitou ao mundo "uma tragédia maior".
A Índia, com 10,7 milhões de casos acumulados, registou quase 11 mil novas infeções nas últimas 24 horas, depois de atingir máximos no pico da pandemia, em setembro, com quase 100 mil infeções diárias.
A descida do número de infeções diárias acontece numa altura em que o país continua a "maior campanha de vacinação contra covid do mundo", disse Modi, que inclui "na primeira fase a vacinação dos seus 30 milhões de trabalhadores de saúde".
A Índia pretende imunizar 300 milhões de pessoas em seis meses e três fases, e o primeiro-ministro disse que "em apenas doze dias, a Índia já vacinou mais de 2,3 milhões de profissionais de saúde".