Primeiro-ministro canadiano anuncia restrições mais rígidas aos viajantes

O primeiro-ministro canadiano anunciou hoje restrições mais rígidas aos viajantes, em resposta às variantes do novo coronavírus, incluindo a quarentena num hotel por conta do viajante e cancelamento de voos para México e Caraíbas até 30 de abril.

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Lusa
29/01/2021 22:26 ‧ 29/01/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Justin Trudeau declarou que além do teste de pré-embarque que o Canadá já exige, o Governo vai introduzir o teste de PCR obrigatório no aeroporto para as pessoas que retornam ao Canadá.

"Os viajantes terão que esperar até três dias num hotel, previamente aprovado, pelos resultados do teste e arcando com as despesas, que devem ser superiores a 2.000 dólares [canadianos, 1.287 euros]", disse Trudeau.

"Aqueles com resultados de teste negativos serão capazes de realizar a quarentena em casa sob vigilância e fiscalização significativamente aumentadas", sublinhou.

O primeiro-ministro canadiano frisou que a medida entrará em vigor "nas próximas semanas".

O custo para a estadia num hotel inclui um teste PCR privado, segurança, alimentação e o custo das medidas que os hotéis aprovados terão que tomar para manter os seus funcionários seguros.

A responsável pelo departamento de saúde pública do Canadá, Theresa Tam, afirmou, por seu turno, que um teste será exigido no décimo dia após o retorno das pessoas.

O primeiro-ministro também explicou que aqueles com testes positivos serão imediatamente obrigados a entrar em quarentena em instalações designadas pelo Governo para garantir que não carregam variantes do novo coronavírus.

Trudeau disse ainda que o Governo e as principais companhias aéreas do Canadá concordaram em suspender o serviço para alguns destinos,

Acrescentou que a Air Canada, WestJet, Sunwing e Air Transat estão a cancelar o serviço aéreo para todos os destinos das Caraíbas e México a partir de domingo até 30 de abril.

"Eles farão acordos com os seus clientes que estão atualmente em viagem nessas regiões para organizar os seus voos de volta", disse Trudeau.

Trudeau revelou que, a partir da próxima semana, todos os voos internacionais de passageiros devem pousar em quatro aeroportos: Vancouver, Toronto, Calgary e Montreal.

"Também iremos, nas próximas semanas, exigir que os viajantes não essenciais apresentem um teste negativo antes de entrar pela fronteira terrestre com os Estados Unidos, e estamos a trabalhar para estabelecer requisitos adicionais de teste para viagens terrestres", disse o chefe de Governo.

O Canadá já exige que aqueles que entram no país se isolem por 14 dias e apresentem um teste de covid-19 negativo feito três dias antes da chegada.

Tam, a principal responsável da saúde no Canadá, disse que seguranças contratados de irão de porta em porta para verificar se os repatriados estão a isolarem-se em casa.

A mudança para exigir uma estadia em hotel no retorno desencorajaria as férias, pois as pessoas não gostariam de ficar em quarentena num hotel às suas próprias custas no retorno.

"É excelente. É uma pena que seja tão tarde. Isso é algo que poderiam ter feito há muito tempo, disse Andrew Morris, professor de doenças infeciosas da Universidade de Toronto e diretor médico do Programa de Gestão Antimicrobiana da Rede de Saúde da Universidade Sinai.

"Este é definitivamente um passo na direção certa", avaliou Morris.

O ministro da Segurança Pública, Bill Blair, disse que as autoridades têm instado os canadianos a cancelar todas as viagens não essenciais e estão a tentar eliminá-las.

"Infelizmente, alguns estão a fazer a escolha de viajar não essencial. Se vão fazer essa escolha, devem arcar com o custo total", disse Blair.

O responsável pelo governo de Ontário, Doug Ford, disse que a sua província começará os testes no Aeroporto Internacional Pearson de Toronto na segunda-feira, como uma solução provisória até que medidas federais estejam em vigor.

Trudeau também anunciou que haverá atraso em relação ao próximo envio da vacina da Moderna, que chega na próxima semana.

O primeiro-ministro disse que o Canadá receberá 78% da quantidade prevista, o que significa 180 mil doses.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2,19 milhões mortos resultantes de mais de 101 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Leia Também: Seria "preocupante" se a UE impedisse Canadá de receber vacinas

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