Cobertos por uma fina camada de neve, alguns lugares do centro de Moscovo assemelham-se a uma cidadela sitiada, com polícia antimotim em massa, com escudos e bastões.
Várias ruas e estações de metro da capital estavam completamente fechadas, o que levou manifestantes a mudar à última hora o local da manifestação, que foi difundida nas redes sociais.
Em vez de se reunirem no ponto de encontro marcado inicialmente, em frente à sede dos serviços de segurança (FSB), alguns grupos dirigiram-se para o centro de detenção onde Alexei Navalny está detido, antes de se reunirem com outros manifestantes no centro da cidade.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Putin é um ladrão!" ou "Liberdade!", de acordo com jornalistas da AFP.
A mulher de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, foi detida pela polícia quando participava nos protestos, anunciaram membros da equipa da oposição.
De acordo com a organização OVD-Info, especializada em monitorização de manifestações, pelo menos 2.834 pessoas foram detidas em 80 cidades, mas principalmente em Moscovo (726).
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Russos, pelo menos 35 profissionais da imprensa foram detidos.
Os protestos surgiram no passado fim de semana, num primeiro dia de protestos que reuniu dezenas de milhares de manifestantes e que resultou em mais de 4.000 detenções e na abertura de cerca de 20 processos criminais.
O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken condenou hoje as "táticas brutais" da Rússia contra os manifestantes da oposição e apelou à libertação do líder da oposição russa.
"Os Estados Unidos condenam o uso contínuo de táticas brutais pela Rússia contra manifestantes pacíficos e jornalistas pela segunda semana consecutiva e renova o seu apelo para que liberte os detidos, incluindo Alexei Navalny", disse Antony Bliken, na rede social 'Twitter'.
O opositor tem sido alvo de múltiplos processos judiciais desde o seu regresso à Rússia em 17 de janeiro, que Navalny considera terem motivações políticas.
Navalny, de 44 anos, regressava da Alemanha, onde passou cinco meses a recuperar de um envenenamento por agentes nervosos, pelo qual responsabiliza o Kremlin. As autoridades russas rejeitaram estas acusações.