Navalny acusado de ter violado liberdade condicional em sete ocasiões

O Serviço Penitenciário russo (SPF) acusou hoje o líder da oposição Alexei Navalny de ter violado os termos da sua liberdade condicional sete vezes depois de uma sentença a três anos e meio de prisão, suspensa, emitida em 2014.

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Lusa
02/02/2021 13:10 ‧ 02/02/2021 por Lusa

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Rússia

"Navalny não compareceu para registo perante o inspetor penitenciário em sete ocasiões", afirmou o representante do SPF durante a audiência que decorre num tribunal de Moscovo, na qual a juíza Natalia Répnikova vai decidir sobre se converte em tempo real de prisão a pena suspensa.

De acordo com o Serviço Penitenciário, representado por Alexandre Yermolin, a instituição emitiu cinco alertas sobre a possibilidade da substituição da pena suspensa por uma pena real.

O SPF pediu também a aplicação de uma multa de 500.000 rublos (5.445 euros) ao opositor.

O político e ativista anticorrupção de 44 anos é também acusado de ter violado a "ordem pública em mais de 50 ocasiões", o que "constitui uma violação das condições da sua liberdade condicional".

De acordo com o órgão federal, o líder da oposição precisava de comparecer duas vezes por mês antes do fim do período provatório em 03 de dezembro, mas, segundo o SPF, só em 2020 Navalny não compareceu em, pelo menos, seis ocasiões.

Isto antes de ser transferido da Sibéria para a Alemanha a pedido da sua família para ser tratado numa clínica de Berlim, depois de um suposto envenenamento a mando do Presidente russo, Vladimir Putin, o que as autoridades russas negam.

O FPS argumenta que Navalny teve alta no dia 20 de setembro e que em meados de outubro já tinha superado "todas as consequências da doença", para poder comparecer às autoridades, alegando ainda que não conseguiu localizar o opositor desde 24 de setembro e que não foi notificado pelo mesmo.

Pelo menos 237 pessoas foram detidas nas proximidades do Tribunal Urbano de Moscovo, onde acontece o julgamento, segundo informações de uma organização de monitorização de perseguições políticas.

Desde as primeiras horas da madrugada, as forças antimotim deslocaram um imponente dispositivo de segurança à volta do edifício e pouco antes do início da audiência começaram as detenções, como mostram vídeos publicados nas redes sociais.

Na sede do tribunal, no qual os jornalistas foram proibidos de captar imagens, cerca de 20 diplomatas ocidentais tiveram acesso, o que provocou uma reação da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

"Isto não é só uma intromissão nos assuntos internos de um Estado soberano. É um auto desmascaramento do papel indecoroso e ilegal do ocidente na tentativa de conter a Rússia. Ou é uma tentativa de pressionar a juíza?", questionou Zakharova na sua página do Facebook.

O porta-voz do Kremlin, Demitri Peskov, também reagiu à presença de diplomatas ocidentais.

"É claro que os diplomatas não se devem intrometer nos assuntos internos da Rússia e, menos ainda, tomar medidas que possam ser interpretadas como uma tentativa de pressionar a Justiça", afirmou Peskov em conferência de imprensa diária.

Peskov sublinhou que o Presidente russo, Vladimir Putin, que Navalny acusou diretamente de ordenar o envenenamento que sofreu em agosto, "não está a acompanhar o andamento deste julgamento".

Leia Também: Kremlin considera "estupidez" UE condicionar relações devido a Nalvany

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