Alexei Navalny foi condenado a dois anos e oito meses de prisão, de acordo com o Guardian. O opositor russo foi condenado por violar a liberdade condicional depois de uma sentença a três anos e meio de prisão, suspensa, emitida em 2014.
A audiência, que decorre num tribunal de Moscovo, foi presidida pela juíza Natalia Répnikova, que decidiu converter a pena suspensa em tempo real de encarceramento, naquilo que Navalny considera ser uma ação politicamente motivada, denunciando o processo como uma tentativa vã do Kremlin de assustar milhões de russos até a submissão.
O político e ativista anticorrupção de 44 anos é também acusado de ter violado a "ordem pública em mais de 50 ocasiões", o que "constitui uma violação das condições da sua liberdade condicional".
Tinha-lhe sido aplicada uma pena de mais de três anos, mas a juíza subtraiu os 10 meses que ele já passou em prisão domiciliária, por causa da anterior acusação. Navalny regressou à Rússia no mês passado, depois de ter recuperado na Alemanha de um envenenamento.
Falando a partir de uma cela em vidro no tribunal, Navalny atribuiu a sua sentença que conheceu hoje ao "medo e ódio" de Putin, alegando que o Presidente russo ficará na história como um "envenenador".
"Eu ofendi-o profundamente, apenas por sobreviver à tentativa de assassínio que ele ordenou", disse Navalny.
"O objetivo desta audiência é assustar um grande número de pessoas. Mas ele não pode prender um país inteiro", acrescentou o líder oposicionista, quando conheceu a sentença, por ter violado a liberdade condicional a que estava sujeito.
Esta decisão por parte da justiça russa torna o ativista no prisioneiro político mais proeminente da Rússia e poderá ser o caso mais importante de uma condenação contra um opositor de Vladimir Putin desde a prisão de Mikhail Khodorkovsky, em 2005.
O partido oposicionista de Alexei Navalny já apelou, através de mensagens na rede social Twitter, a uma nova manifestação contra a detenção e a sentença de prisão do seu líder, procurando mobilizar os milhares de manifestantes que nas últimas semanas protestaram contra o regime de Putin.
No passado fim de semana, cerca de 4.700 pessoas foram detidas, nas manifestações que têm repetido o gesto mostrar solidariedade com Navalny, sendo objeto de repressão violenta pelas forças de segurança russas.
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