"A condenação de Navalny contraria os compromissos internacionais da Rússia em matéria de Estado de direito e de liberdades fundamentais. Exijo a sua libertação imediata", declarou em mensagem na sua conta na rede social Twitter.
Josep Borrell desloca-se na quinta-feira a Moscovo para "fazer passar uma menagem clara" sobre os direitos humanos e com o argumento de possíveis novas sanções contra personalidades ou empresas russas, indicaram na semana passada responsáveis europeus.
A reação do Alto Representante para a Polícia Externa da União Europeia (UE) segue-se a declarações no mesmo sentido emitidas pelas principais capitais ocidentais e do Conselho da Europa.
Em Washington, a diplomacia dos Estados Unidos manifestou "profunda preocupação" após a condenação de Navalny e apelou à Rússia que garanta a sua libertação "imediata e sem condições".
"Apesar de trabalharmos com a Rússia na defesa dos interesses dos Estados Unidos, vamos coordenar-nos estreitamente com os nossos aliados e parceiros para que a Rússia preste contas por não ter respeitado os direitos dos seus cidadãos", anunciou em comunicado o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
"À semelhança de qualquer cidadão russo, Navalny deve usufruir os direitos garantidos pela Constituição russa", disse.
"Reiteramos o nosso apelo ao Governo russo para que liberte imediatamente e sem condições Navalny e ainda as centenas de outros cidadãos russos injustamente detidos nas últimas semanas por terem simplesmente exercido os seus direitos, nomeadamente o direito à liberdade de expressão e de reunião pacífica", acrescentou.
Um tribunal de Moscovo ordenou hoje a prisão do opositor por mais de dois anos, anulando a pena suspensa de uma precedente condenação, uma decisão de um apelo aos seus apoiantes para voltarem às ruas em sinal de protesto.
A juíza Natalia Repnikova indicou que o crítico do Kremlin deverá cumprir os três meses e meio de prisão da sua pena pronunciada em 2014, menos os meses que passou em prisão domiciliária. O opositor pode apelar da sentença.
Em Londres, o Governo britânico também apelou à "libertação imediata e sem condições" e denunciou uma decisão "perversa" da justiça russa.
"O Reino Unido apela à libertação imediata e sem condições de Alexei Navalny e de todos os manifestantes pacíficos e jornalistas detidos nas duas últimas semanas", declarou em comunicado o chefe da diplomacia Dominic Raab, ao considerar que a decisão "perversa" da justiça russa demonstra que o país não preenche "os compromissos mais elementares aguardados por qualquer membro responsável da comunidade internacional".
Em Berlim, Heiko Maas, ministro dos Negócios Estrangeiros do Executivo da chanceler Angela Merkel, também se pronunciou pela "libertação imediata" do opositor e definiu a pena infligida como um "golpe severo" contra o Estado de direito na Rússia.
"O veredito de hoje contra Alexei Navalny é um golpe severo contra as liberdades fundamentais e o Estado de direito na Rússia", declarou Mass num 'tweeet'. "Navalny deve ser libertado imediatamente".
O Presidente francês Emmanuel Macron também se associou aos protestos ocidentais e emitiu um comunicado oficial no Twitter onde considera "inaceitável" a condenação e pede da "libertação imediata" de Navalny.
"A condenação de Alexei Navalny é inaceitável. Um desacordo político nunca é um crime. Apelamos à sua libertação imediata. O respeito dos direitos humanos como o da liberdade democrática não são negociáveis", reagiu Macron.
Ao pronunciar-se sobre a condenação, o Conselho da Europa considerou a decisão "contrária às obrigações internacionais da Rússia em matéria de direitos humanos", e que "desafia toda a credibilidade".
O julgamento "que ordena a detenção de Alexei Navlany (...) desafia toda a credibilidade e transgride as obrigações da Rússia em termos de direitos humanos", considerou Dunja Mijatovic, comissária para os direitos humanos da organização pan-europeia.
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