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Venezuela: Revolucionários marcharam em protesto contra bloqueio dos EUA

 Milhares de venezuelanos marcharam hoje em Caracas em apoio ao governo do presidente Nicolás Maduro, contra as sanções impostas pelos Estados Unidos e para fortalecer a democracia perante os alegados ataques de Washington.

Venezuela: Revolucionários marcharam em protesto contra bloqueio dos EUA
Notícias ao Minuto

20:47 - 12/02/21 por Lusa

Mundo Venezuela

A manifestação teve ainda o propósito de assinalar localmente o Dia da Juventude e o 207.º aniversário da Batalha de La Victoria contra o império espanhol, no âmbito da guerra pela independência da Venezuela.

"Estamos festejando a juventude venezuelana, porque ainda estamos em democracia e continuamos dando o nosso aporte à nossa pátria, que queremos, perante tantos golpes que nos têm dado" explicou um dos manifestantes à Agência Lusa.

Residente no populoso bairro humilde de Petare (leste de Caracas), Alejandro Ramírez, explicou que a Venezuela tem sido muito atacada desde o estrangeiro, "com um bloqueio".

"Querem acabar com a nossa democracia. Têm tentado impedir as empresas petrolíferas de vender no estrangeiro e às vezes até têm conseguido e isso prejudica-nos nas questões sociais e de saúde", disse.

Segundo Ramírez, no tema económico as sanções e o bloqueio dos EUA "têm prejudicado muitíssimo" os venezuelanos.

"Nós, hoje, ainda erguemos a bandeira da democracia, porque somos o país que realizou mais eleições e agora (em 2021) teremos as eleições para governadores. Vamos lutar, com gente jovem, pelas governações e câmaras municipais", disse.

Em la Plaza Morelos (centro) de Caracas, Ramírez explicou ainda que apesar do bloqueio os venezuelanos continuam avançando e que vê a revolução mais fortalecida, num futuro próximo.

"Vejo a revolução mais fortalecida, porque a revolução virá desde as bases populares do povo. Já não será um tema político. Porque Chávez (Hugo, falecido, presidiu o país entre 1999 e 2013) está semeado nas comunidades, esse Chávez que nos disse lutem desde as bases populares. Aí se semearam muitos líderes, aí há muitos líderes que pensam e fazem como Chávez", disse.

Por outro lado, Lenin Mars, da Frente Francisco de Miranda, explicou que "a revolução está passando um processo muito difícil", insistindo que "é importante compreender as causas".

"Enfrentamos ao império (EUA) mais poderoso do mundo que aplicou um conjunto de medidas, de sanções que hoje afetam diretamente o povo venezuelano", disse, denunciando que tem havido expropriações de ativos e recursos venezuelanos no estrangeiro.

Por outro lado, explicou que o chavismo venceu recentemente as eleições para a Assembleia Nacional. "Como povo temos que trabalhar duro para que eliminem esse bloqueio contra o nosso país. Todo o povo se está organizando na luta, não nos redemos", disse.

Segundo Lenin Mars, isso é importante, porque "apesar do ataque, do bloqueio económico, das sanções e medidas coercivas, este povo não se rendeu".

"Como povo bolivariano estamos em resistência e entendemos que o que acontece hoje é o resultado das ações dos Estados Unidos contra o povo venezuelano. Aqui estamos firmes, na disposição de continuar lutando pelo projeto do comandante Chávez, pelo projeto bolivariano e o projeto de integração da América Latina", disse.

Sobre o futuro, explicou que virão outros "tempos para a América Latina", que "em abril haverá eleições em vários países" da região e que "pode haver um câmbio na correlação de forças no continente".

Por outro lado, sublinhou que "há grandes diferenças entre outros projetos internacionais" e o projeto bolivariano da Venezuela.

"O nosso não é apenas um projeto de luta em que o povo se organiza por reivindicações laborais e sociais. É muito mais amplo. Não é apenas um projeto de independência, é de integração (regional)", disse.

Por outro lado, recordando o falecido líder socialista Hugo Chávez, questionou "porquê os países da América Latina têm que comprar petróleo aos EUA, quando a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo".

Também porquê, continuou, "têm que sofrer buscando alimentos, quando países como a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, são produtores de alimentos, ou gás, quando a Bolívia é uma grande potência em gás".

Leia Também: ONU pede a Portugal para descongelar ativos venezuelanos retidos na banca

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