O executivo de Nicolás Maduro "denunciou os atos de violencia registados (...) perante a atitude contemplativa e inação das forças de segurança, contrária à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares", referiu, em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
Caracas exigiu que as autoridades peruanas garantam a integridade do pessoal diplomático e consular da Venezuela, bem como a segurança das suas sedes e instalações.
"Do mesmo modo, recorda a necessária adesão e cumprimento dos compromissos internacionais adquiridos pelo estado peruano com as populações migrantes e exige pleno respeito pela integridade dos cidadãos venezuelanos que dão vida a esse país", continua a carta.
No documento, a Venezuela reiterou a sua rejeição às "inaceitáveis campanhas de discriminação e xenofobia contra a comunidade venezuelana no Peru, exige o seu fim e rejeita a divulgação de mensagens anti-venezuelanas para obter ganhos eleitorais por alguns setores políticos daquele país".
Nas últimas semanas tem crescido a animosidade entre um grupo de venezuelanos e peruanos, após eventos violentos que foram amplamente divulgados nas redes sociais e que resultaram na morte de um cidadão de cada país.
Num primeiro momento, circulou um vídeo que mostrava o assassinato de um venezuelano no Peru, alegadamente após ter-se recusado a pagar uma extorsão, e depois surgiu outro em que se via um peruano a ser atirado de uma ponte, um crime supostamente cometido por venezuelanos na Colômbia.
Depois disso houve o protesto em Lima que terminou com o ataque à embaixada, onde os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a presença dos venezuelanos naquele país.
No final de janeiro, o governo peruano posicionou as forças armadas na fronteira com o Equador para dissaudir a imigração ilegal, que teria aumentado nas últimas semanas com a chegada clandestina de cidadãos estrangeiros, principalmente venezuelanos, através do país vizinho.
O Peru é, a seguir à Colômbia, o segundo país que alberga mais venezuelanos, com mais de um milhão de entradas desde 2016, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que estima em 5,4 milhões o êxodo migratório na Venezuela.
Leia Também: Maduro prolonga emergência energética na indústria de hidrocarbonetos