Arménios marcham na capital para exigir a demissão de Pashinyan
Milhares de pessoas marcharam hoje na capital da Arménia exigindo a demissão do primeiro-ministro, Nikol Pashinyan, pressionado desde novembro pela maneira como lidou com o conflito de Nagorno-Karabakh com o Azerbaijão.
© Reuters
Mundo Arménia
Os manifestantes marcharam até à Praça de França, no centro de Erevan, e bloquearam várias ruas adjacentes, paralisando temporariamente o trânsito no centro da cidade.
Pouco depois, os protestos terminaram, mas os políticos da oposição pretendem realizar nova manifestação na terça-feira.
Os protestos maciços começaram no país em novembro de 2020, depois de Pashinyan ter assinado um acordo de paz cedendo o controlo de grandes partes do território separatista de Nagorno-Karabakh e áreas adjacentes ao Azerbaijão.
O acordo, mediado pela Rússia, terminou 44 dias de confrontos entre Baku e Erevan na região separatista do Azerbaijão de maioria arménia, que causaram mais de 5.500 baixas militares, nos contingentes dos dois países, e mataram cerca de 150 civis, segundo os balanços oficiais.
Pashinyan recusou-se a demitir sob pressão dos manifestantes e defendeu o acordo de paz como uma medida dolorosa, mas necessária, que impediu o Azerbaijão de invadir toda a região de Nagorno-Karabakh.
As manifestações perderam fulgor durante o inverno, mas recomeçaram no sábado, com milhares de arménios a tomar as ruas de Erevan novamente.
"As ações de desobediência (civil) precisam de continuar por muito tempo, a cidade deve ser paralisada de vez em quando", defendeu Ayk Mamidzhanyan, do Partido Republicano da Arménia.
A região montanhosa de Nagorno-Karabakh, apoiada pelas autoridades de Erevan (capital da Arménia) e habitada principalmente por arménios cristãos, separou-se do Azerbaijão, país muçulmano xiita de língua turca, pouco antes da dissolução da URSS (antiga União Soviética), levando a uma guerra que causou mais de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados nos anos 1990.
Desde então Baku, que conta com o apoio da Turquia, acusa a Arménia de ocupar o seu território e os confrontos armados são regulares, mas as hostilidades iniciadas em setembro do ano passado foram consideradas como as mais graves desde 1994.
Em novembro passado, um acordo patrocinado pela Rússia pôs fim aos confrontos, pacto esse que marcou uma amarga derrota militar para a Arménia, que teve de retroceder de uma parte de Nagorno-Karabakh, bem como de importantes territórios circundantes.
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