"A pandemia fez as audiências voltarem aos produtores de notícias de qualidade num nível sem precedentes. Na BBC, as audiências dos noticiários de rádio e TV dispararam significativamente e o tráfego na Internet no Reino Unido e internacional bateu recordes, sobretudo durante momentos de crise", disse hoje, durante um debate organizado pelo London Press Club.
Angus acredita a pandemia inverteu uma tendência de perda de confiança nos meios de comunicação social e que "esta crise ajudou as pessoas a reavaliar a importância das notícias de confiança, a necessidade de pagarem por elas".
A diretora do tabloide Daily Mirror, Alison Phillips, também considera existirem "sinais de esperança" em termos de recuperação da confiança e afirmou que, apesar de ter registado uma queda de vendas, as pessoas continuaram a comprar o jornal, mesmo durante os períodos de confinamento.
"Perdemos vendas, mas não nos afetou muito. Na Internet, tivemos mais 500 milhões de visitas no ano passado. Existe uma procura de notícias de confiança. Sim, existe ceticismo, mas as marcas mais estabelecidas mostraram valor e desempenharam um papel em manter as pessoas vivas", vincou, durante o debate intitulado "Confiança e a Comunicação Social".
Publicado em junho, o Digital News Report 2020, produzido pelo Instituto Reuters da Universidade de Oxford, dava conta de uma queda da confiança média em notícias de 2019 para 2020 de cinco pontos percentuais num total de 40 países analisados, de 42% para 37%, mas no Reino Unido a descida foi maior, de 12 pontos percentuais, para 28%.
O mesmo estudo indicava que Portugal e Finlândia são dos países onde mais se confia em notícias, tendo 56% dos inquiridos afirmado confiar nas notícias.
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