Os pais de Gigi Morse, de seis anos, que morreu de Covid-19 no ano passado, alertam agora para os sintomas da doença provocada pelo novo coronavírus nas crianças, que, garantem, é diferente dos adultos.
"[A doença] apresenta-se de forma tão diferente em comparação com os adultos que é difícil saber do que se trata", indicou a mãe, Priscilla Morse, em entrevista à CNN.
A pequena Gigi morreu, infetada com o SARS-CoV-2, no dia 4 de agosto de 2020, no estado norte-americano do Tennessee. Os pais indicam que a menina aparentava estar bem nas horas que antecederam a morte, apresentando apenas alguns sintomas invulgares.
Apesar de a temperatura corporal de Gigi estar normal, a menina de seis anos tinha um irritação cutânea no ombro e tinha vomitado duas vezes. Perante os sintomas, os pais decidiram levar a filha ao médico.
O casal foi informado de que a menina tinha uma intoxicação alimentar e que a deveriam levar para casa para que esta pudesse descansar, fazendo uma alimentação saudável. Em lágrimas, a mãe recorda que deitaram a menina para que dormisse uma sesta e foi ao supermercado. No regresso, "encontrei duas ambulâncias, camião dos bombeiros, carros da polícia em frente à minha casa e a minha filha morta".
Foi outra das filhas do casal, de 11 anos, que percebeu que Gigi não respirava e deu o alerta, indicou ainda a família.
O Independent esclarece que, apesar de erupções cutâneas e vómitos não serem sintomas habitualmente associados à Covid-19 nos adultos, são indicadores importantes nas crianças. O jornal cita ainda a Mayo Clinic, de acordo com a qual crianças infetadas com SARS-CoV-2 podem ter sintomas como náuseas, vómitos, dores de barriga, diarreia e perda de apetite.
Já a irritação cutânea pode ser indicativa da reação exacerbada do sistema imunitário ao vírus, a que os especialistas chamam de síndrome inflamatória multissistémica em crianças.
Saliente-se, porém, que as crianças habitualmente não apresentam grandes complicações quando são infetadas com o coronavírus. Nos EUA, de acordo com a American Academy of Pediatrics e a Children’s Hospital Association, as crianças representam apenas 13% dos casos de Covid-19.
A pequena Gigi foi adotada por David and Priscilla num orfanato ucraniano em 2017, quando a menina tinha três anos.
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