A decisão foi anunciada na conta do Gabinete do Executivo na rede social Twitter depois de a coligação entre populistas liberais e sociais-democratas, liderada por Andrej Babis, não ter conseguido horas antes o apoio da câmara baixa para prolongar o estado de emergência em vigor, que expira à meia-noite.
A recusa dos legisladores aconteceu após um debate cheio de pormenores técnico, em que a oposição questionou a constitucionalidade do atual quadro para aplicar as restrições para travar a pandemia.
Em 11 de fevereiro, a câmara baixa não deu o seu consentimento para a prolongação do estado de emergência, no pico da pandemia, e depois de considerar que se podem arbitrar medidas contra a covid-19 sem a necessidade de tocar nos direitos e liberdades.
O governo recorreu então ao apoio dos governadores regionais, que dirigiram uma petição a Praga para que mantivesse o 'status quo', face à gravidade da situação, com os hospitais no máximo da capacidade.
Os checos, com 1.120 novos casos por 100.000 habitantes em 14 dias, têm a maior taxa de infeção da Europa, quase três vezes superior à registada por Portugal e Espanha.
Praga reconheceu, na quarta-feira, que a situação é "dramática", com 86% da capacidade das Unidades de Cuidados Intensivos e falta de pessoal especializado para cuidar pacientes graves.
"A situação é dramática. Além da variante descoberta no Reino Unido, também há a descoberta na África do Sul. Temos que endurecer medidas porque, se não o fazemos, esperam-nos sérios problemas na saúde nas próximas duas semanas", alertou na altura o primeiro-ministro, o empresário multimilionário Babis.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.508.786 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.