"Nós vamos vacinar todos os profissionais de saúde nacionais, que são cerca de 60 mil", disse o ministro da Saúde de Moçambique, à imprensa, após um encontro virtual com responsáveis de clínicas privadas.
Segundo Armindo Tiago, o objetivo do Governo é também abranger profissionais de saúde estrangeiros que trabalham em Moçambique e as autoridades já enviaram cartas aos seus países de origem a pedir autorizações para a vacinação deste grupo.
"Estamos à espera das respostas das cartas dos seus respetivos países e, logo que isso acontecer, teremos um número adicional de profissionais de saúde a serem vacinados", observou o ministro.
Dados oficiais indicam que desde março, quando foi registado o primeiro caso em Moçambique, pelo menos 2.805 profissionais de saúde foram infetados e, deste grupo, 22 morreram.
No plano de vacinação, que deverá ser lançado oficialmente nos próximos dias, o Governo moçambicano pretende também dar prioridade a outros grupos expostos, com destaque para a polícia.
De acordo com o governante, nos próximos 10 dias, o executivo moçambicano vai colocar em prática a primeira etapa do plano, que compreende a distribuição da vacina pelo país e a formação técnica do pessoal que a vai administrar.
"No espaço de 10 dias, provavelmente, teremos condições para começar com o processo de vacinação", acrescentou.
Moçambique recebeu da China um total de 200 mil doses da vacina Verocell, incluindo seringas, fabricada pela farmacêutica chinesa Sinopharm.
Trata-se do primeiro lote de vacinas contra à covid-19 no país, que também aguarda pela sua parte no âmbito do mecanismo internacional Covax.
O país tem um total acumulado de 620 mortes e 58.218 casos de covid-19, após uma subida vertiginosa em janeiro.
Só naquele mês, o país registou mais casos e mortes que em todo o ano de 2020, elevando para mais de 300 o número de internamentos, pressionando o sistema de saúde.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.508.786 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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