O MI5 decidiu reforçar a segurança em torno de potenciais alvos do Kremlin a viver no Reino Unido. A Rússia mantém um “interesse ativo” num conjunto de pessoas, revelaram dois agentes seniores à Sky News.
“A razão pela qual temos uma conhecimento bastante desenvolvido das pessoas em risco (…) é porque sabemos que o estado russo continua a ter interesse em pessoas que consideramos estarem em risco”, assinalou um dos agentes.
“E não é um interesse passivo. É um interesse muito ativo. Pensamos que ainda estão provavelmente a tentar recolher informações das pessoas. Para que fim? Não é imediatamente claro, mas não vamos correr o risco de descobrir que as informações que estão a recolher são para algum tipo de ataque físico”, acrescentou.
Continua fresca na memória dos agentes do MI5 o envenenamento de Sergei e Yulia Skripal em Salisbury, no ano de 2018. A Rússia negou sempre ter estado envolvida no envenenamento com o agente nervoso Novichok.
O número de pessoas que viram a sua proteção ser reforçada está na ordem dos dois dígitos. O MI5 não divulga nomes, mas a lista deve incluir antigos agentes russos, como era o caso de Skripal, cidadãos russos bem relacionados, e ainda pessoas de outras nacionalidades que podem ser consideradas incómodas para o Kremlin.
O MI5 também acredita que a Rússia está desejosa reconstruir a sua rede de espionagem no Reino Unido, isto depois de os seus agentes terem sido expulsos da embaixada russa em solo britânico após o ataque em Salisbury.
À Sky News, os dois agentes do MI5 admitiram que a agência de inteligência foi surpreendida pela ousadia do ataque contra Sergei e Yulia Skripal. “Provavelmente não calculámos o quão determinado e impiedoso o nosso adversário pode ser”, salientou um dos agentes.
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