"Não podemos recuperar as vidas já perdidas, nem podemos destruir o passado sombrio, como destruímos hoje estas armas, mas podemos lutar contra o esquecimento e reparar a dor e a honra", disse o chefe do Governo.
O socialista disse estas palavras numa cerimónia simbólica realizada no pátio de um quartel da Guarda Civil (correspondente à GNR) a sul de Madrid, onde 1.377 armas apreendidas nos anos 80 e 90 a comandos terroristas, na sua maioria da ETA, foram destruídas com um rolo compressor.
As armas vão ser derretidas e utilizadas para erguer um monumento que simboliza o fim da ETA, que anunciou a sua dissolução em maio de 2018, após 40 anos de violência, durante os quais mais de 850 pessoas foram mortas.
Para Pedro Sánchez, a destruição destas armas é "uma nova celebração da derrota da ETA pela democracia espanhola, a derrota das balas face aos boletins de voto".
"Não devemos esquecer, não podemos aceitar que os nomes das pessoas que perderam as suas vidas sejam apagados", disse Sánchez, acrescentando que "o que falta fazer é um exercício de clarificação e reparação".
Algumas associações de vítimas do terrorismo boicotaram a cerimónia, assim como o Partido Popular (PP), o principal partido de oposição de direita, considerando-a uma "fantochada" e um "ato de propaganda".
Acusam o Governo de esquerda de ter o apoio parlamentar do partido separatista basco Bildu, que tem antigos membros da ETA entre os seus membros, e também condenam a transferência para prisões perto do País Basco de ativistas da ETA anteriormente encarcerados a centenas de quilómetros das suas famílias.
"Por detrás destas pistolas, espingardas e metralhadoras, há muitas tragédias, muitas vítimas, que devemos recordar", disse Florencio Dominguez Iribarren do Centro para a Memória das Vítimas do Terrorismo.
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