"Todos sabemos que o regime de [Bashar] Al-Assad utilizou armas químicas repetidamente. Então, por que motivo não é responsabilizado o regime sírio?", perguntou.
"A resposta é simples. O regime de Al-Assad tentou evitar ser responsabilizado ao obstruir os inquéritos independentes e boicotar a atividade da OPAQ [Organização para a Proibição das Armas Químicas]", acrescentou a embaixadora, que participava na sua primeira reunião do Conselho de Segurança na qual foi abordada a situação na Síria.
"E os aliados do regime, designadamente a Rússia, também procuraram bloquear todos os esforços para responsabilizar" o regime de Bashar al-Assad, acrescentou.
"A Rússia defendeu o regime de Al-Assad apesar dos ataques com armas químicas, atacou o trabalho profissional da OPAQ e os esforços destinados a responsabilizar o regime de Al-Assad pela sua utilização de armas químicas e de outras atrocidades", insistiu a diplomata norte-americana.
O seu homólogo russo, Vassily Nebenzia, respondeu ao ironizar sobre o pedido da norte-americana no início da sessão -- Linda Thomas-Greenfield é este mês a presidente em exercício do Conselho de Segurança e distribuiu a palavra --, para que as intervenções fossem breves.
"Tentamos sempre ser breves mas não é possível em todas as situações", disse num tom professoral, antes de iniciar o que designou por um "breve e útil registo histórico sobre as deliberações do Conselho", e dirigida à recém-chegada embaixadora dos EUA, que entrou em funções na ONU no final da semana passada.
"A conselho da Rússia, a Síria aderiu com toda a boa-fé à OPAQ e desembaraçou-se de todos os seus arsenais químicos", assegurou Vassily Nebenzia, e quando os países ocidentais continuam a questionar esta decisão.
Segundo a ONU, que no passado acusou a Síria de ataques químicos, Damasco ainda não respondeu às 19 questões colocadas desde há vários anos sobre instalações que poderão ter sido utilizadas para o fabrico e armazenamento de armas químicas.
A Síria, que assegura permanecer em conformidade com o direito internacional, rejeitou todas as acusações emitidas pelos ocidentais, com destaque para os Estados Unidos.
"A Síria rejeita esta linha hostil e politizada", respondeu hoje o seu novo embaixador, Bassam al-Sabbagh.
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