Cientistas no Japão descobriram que a lesma-do-mar sacoglossa consegue decapitar-se - literalmente, descartar o próprio corpo - e depois fazer crescer um novo corpo, com todos os órgãos vitais, incluindo um coração.
O processo, desde a eliminação de todo o corpo da cabeça para baixo à criação de um novo, demora menos de um mês. Trata-se de um exemplo extremo de autotomia, uma mutilação espontânea que se observa em certos animais.
Sayaka Mitoh e o colega Yoichi Yusa, ambos da Universidade das Mulheres de Nara, no Japão, notaram a incrível capacidade ao analisar o desenvolvimento das lesmas-do-mar. Um dos espécimens "autotomizou-se ao nível do pescoço", deixando o corpo para trás, juntamente com o coração, rins, intestinos e todos os órgãos reprodutores (na imagem acima).
"Ficámos surpreendidos por ver a cabeça a mexer-se pouco depois da autotomia", indicou Sayaka Mitoh, citada pelo Guardian.
A cabeça da lesma-do-mar, já sem o corpo, mas viva© Reprodução
O corpo acaba por se decompor, mas a cabeça continua a alimentar-se de algas e depois de um dia o "ferimento" resultante da autotomia começa a recompor-se.
A investigação, que foi lançada na publicação científica Cell Biology, especula que as lesmas-do-mar desenvolveram esta técnica como forma de se livrarem de um parasita que tenha invadido o corpo.
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