De acordo com esta agência, no final de outubro cerca de 108.200 pedidos estavam ainda em análise e a aguardar uma primeira decisão por parte dos vários Estados-membros da UE.
E este ano, até outubro, foi concedida uma forma de proteção internacional a 128.500 cidadãos sírios, dos quais 28% (quase 35.500) corresponderam ao estatuto de refugiado.
Estes dados são tornados púbicos numa altura em que alguns Estados-membros, nomeadamente Alemanha, Itália, Suécia e Bélgica, anunciaram que estão a suspender a análise de novos pedidos de asilo de sírios, depois da queda do regime de Bashar al-Assad.
Bélgica revelou que, na última década, assegurou proteção a cerca de 35.000 sírios. França contabilizou este ano 45.600 refugiados sírios. Os dois países dizem ter em mãos cerca de 4.500 novos pedidos de cidadãos sírios desde o início deste ano.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, 13 milhões de sírios - mais de metade da população - fugiram do país desde que começou a guerra na Síria em 2011.
A maioria destas pessoas encontrou refúgio nos países vizinhos, como a Turquia, o Líbano e a Jordânia, mas há milhares de sírios deslocados na Europa.
Portugal acolhe atualmente 1.243 refugiados sírios e o governo português fez saber que não os fará regressar à Síria, embora não tenha ainda decidido sobre uma eventual suspensão de acolhimento de futuros migrantes.
"Com a queda do regime da Síria, sabe-se que há alguns países que estão predispostos ou a suspender o acolhimento de imigrantes sírios ou até a fazer retornar alguns que foram beneficiários do regime de asilo" por fugirem do regime de al-Assad, declarou hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na Assembleia da República.
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, fugiu com a família no domingo e pediu asilo político na Rússia, depois de uma coligação de rebeldes ter conseguido tomar Damasco e anunciado o fim de cinco décadas de poder da família.
A coligação vitoriosa é liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe) e inclui fações pró-turcas.
Os rebeldes lançaram uma ofensiva relâmpago em 27 de novembro a partir da cidade de Idlib, um bastião da oposição, e conseguiu expulsar em poucos dias o exército de Assad das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco.
Os rebeldes islamitas que derrubaram o regime sírio nomearam Mohammad al-Bashir como novo primeiro-ministro responsável pela transição na Síria.
Leia Também: Vários países da Europa travam pedidos de asilo de refugiados sírios