Madrid congratula levantamento de imunidade de independentistas catalães
O Governo espanhol congratulou-se hoje com a decisão do Parlamento Europeu de levantar a imunidade a três independentistas catalães, incluindo Carles Puigdemont, considerando que os problemas da Catalunha devem ser resolvidos em Espanha e não na Europa.
© REUTERS/Vincent Kessler
Mundo Espanha
A ministra dos Negócios Estrangeiros de Espanha realçou num vídeo enviado às redações que o Parlamento Europeu enviou uma mensagem tripla, sendo uma delas que "os problemas da Catalunha se resolvem em Espanha e não na Europa".
As outras duas mensagens da votação, continuou a responsável governamental, foram que um eurodeputado "não pode usar o seu estatuto para evitar comparecer perante um tribunal nacional" e que o Estado de direito em Espanha é "sólido".
Arancha González Laya sublinha que a decisão acompanha a linha seguida pelo Governo espanhol "de estender as mãos às forças políticas catalãs para encontrar uma solução através do diálogo e da negociação".
O Parlamento Europeu levantou hoje a imunidade parlamentar de que gozavam três eurodeputados independentistas da Catalunha, entre eles o antigo presidente da região Carles Puigdemont, fugidos da justiça espanhola após a tentativa de declaração de independência de 2017.
O resultado da votação telemática que teve lugar na segunda-feira ao fim do dia foi hoje anunciado em Bruxelas, tendo os eurodeputados tomado a decisão por 400 votos a favor, 248 contra e 45 abstenções.
Carles Puigdemont, que foi eleito para o Parlamento Europeu nas eleições de maio de 2019, e os seus antigos "ministros" Toni Comin e Clara Ponsati estão fugidos à justiça espanhola por estarem envolvidos na organização, em 2017, de um referendo considerado ilegal sobre a independência da Catalunha, uma região governada pelos movimentos separatistas, que têm a maioria no parlamento regional.
O levantamento da imunidade dos três deputados europeus irá permitir um novo exame, pela justiça belga, dos pedidos de extradição emitidos pela Espanha contra o Puigdemont e Comin, que vivem na Bélgica desde 2017 para escapar à justiça espanhola.
As autoridades judiciais na Escócia, onde vive Clara Ponsati, também suspenderam a avaliação do pedido de extradição enquanto esperavam a decisão do Parlamento Europeu.
Os três eurodeputados são acusados pela justiça espanhola de "sedição" e, no caso de Carles Puigdemont e de Toni Comin, também de "desvio de fundos públicos", e já anunciaram que irão recorrer da decisão junto do Tribunal de Justiça da União Europeia, se a sua imunidade for levantada.
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