Kerry diz que "não há melhor parceiro" que UE para desafio climático

O enviado especial do Presidente norte-americano para o clima, John Kerry, defendeu hoje que "agora é o momento" para se combater a crise climática e disse "não ter melhor parceiros que os amigos europeus" para responder ao desafio.

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© Anna Moneymaker-Pool/Getty Images

Lusa
09/03/2021 14:40 ‧ 09/03/2021 por Lusa

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"Agora é o momento para que os países, os Governos, as pessoas se juntem e façam o trabalho que temos a fazer. Nós conseguimos fazê-lo, temos muitas tecnologias e há muitas empresas que estão a trabalhar para desenvolver as tecnologias de que precisamos. Isto pode ser feito e os cientistas dizem-nos que esta década, de 2020 até a 2030, tem de ser a década da ação", disse John Kerry.

A declaração de John Kerry foi feita à imprensa em Bruxelas, antes de se reunir com o colégio de comissários europeus para debater a ação climática transatlântica.

Acompanhado pelo vice-presidente executivo da Comissão Europeia para o Pacto Ecológico Europeu, Frans Timmermans, John Kerry reconheceu que o combate para combater as alterações climáticas será caro, mas sublinhou ser "necessário".

"Serão necessários biliões de dólares ou de euros, mas todas as análises económicas são claras: será mais caro para os nossos cidadãos se não reagirmos, do que simplesmente fazermos o que temos a fazer. Por isso é o senso comum que o dita: agora é o momento", reiterou.

O enviado especial do Presidente Joe Biden para o clima sublinhou assim que, ainda que as alterações climáticas sejam uma "crise extraordinária", são também uma "oportunidade" para "construir melhor" as economias.

"É talvez a melhor oportunidade que temos desde a revolução industrial (...) para nos renovarmos a nós e às nossas economias. É um momento extraordinário economicamente, porque haverá novos produtos, novas tecnologias - quer seja a captura de carbono, armazenamento de baterias ou combustível com hidrogénio -- porque são as soluções de que precisamos para a crise que enfrentamos", sublinhou.

John Kerry afirmou assim que se deslocou a Bruxelas para "renovar as conversas" com a UE na área do clima, sublinhando que a cooperação entre os dois parceiros nesta matéria foi "extraordinárias" durante a preparação do Acordo de Paris - altura em que era o chefe da diplomacia dos Estados Unidos da administração Obama -, mas apontando que, agora, o diálogo deve ser "ainda mais forte".

"Não temos melhores parceiros que os nossos amigos aqui na Europa, na UE. É importante que nos alinhemos, (...) porque nenhum país pode resolver esta crise sozinho, serão necessários todos os países e mais que apenas os Governos: será necessária a sociedade civil, as comunidades e o setor privado", destacou.

A seu lado, o vice-presidente executivo Frans Timmermans, deu as boas-vindas a John Kerry e afirmou estar "absolutamente convicto" de que, através do trabalho conjunto, os Estados Unidos e a UE podem "mover montanhas".

"Juntos podemos garantir que passamos aos nossos filhos e netos um clima em que podem viver, e um mundo habitável, onde se aprendeu a viver dentro das fronteiras do planeta", sublinhou.

Após se ter reunido na segunda-feira com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, John Kerry deslocou-se hoje a Bruxelas para se reunir com Frans Timmermans e para participar na reunião semanal do colégio de comissários, onde irão ter uma discussão sobre a "ação climática transatlântica".

Depois da reunião com os comissários, Kerry irá também reunir-se com o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.

Trata-se da primeira deslocação internacional de um membro da administração norte-americana de Joe Biden.

A visita de John Kerry surge após, em 19 de fevereiro, os Estados Unidos terem regressado oficialmente ao Acordo de Paris, com o Presidente Joe Biden a comprometer-se a fazer da luta contra a mudança climática uma alta prioridade e a designar o antigo secretário de Estado e antigo candidato à Casa Branca John Kerry seu emissário para as questões do clima.

Quase quatro anos depois de Donald Trump ter anunciado a retirada dos Estados Unidos do acordo, o regresso dos EUA - a maior economia mundial e a segunda maior emissora de C02 - significa que quase todas as nações do planeta são hoje partes interessadas do tratado assinado em Paris em 2015.

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