Primeiro-ministro francês critica laboratórios por atrasos nas vacinas
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, criticou hoje os laboratórios pelos atrasos na entrega de vacinas contra a covid-19, enquanto hospitais da populosa região de Paris começaram a transferir pacientes para outras zonas do país.
© Lusa
Mundo Covid-19
As declarações de Castex foram proferidas durante uma visita ao centro de vacinação em Saint-Maixent-L'Ecole (noroeste de França), numa altura em que se especula sobre um confinamento na região parisiense da Ile de France, para reduzir a disseminação do vírus e diminuir a pressão sobre as unidades de saúde.
"Temos o objetivo de ultrapassar os 10 milhões de vacinados em 15 de abril", sublinhou o primeiro-ministro, acrescentando que "é melhor ser cauteloso, porque os laboratórios sofreram alguns atrasos no seu prazo de entrega".
As declarações de Castex coincidem com o anúncio de novos atrasos na entrega da vacina AstraZeneca com que o Governo francês contava para acelerar a campanha de vacinação, atualmente com cerca de cinco milhões de pessoas imunizadas, aproximadamente metade com a segunda dose.
A França ultrapassou na sexta-feira as quatro milhões de infeções pelo novo coronavírus e mantém-se o sexto país do mundo com maior número de contágios.
Pela primeira vez desde novembro, o país ultrapassou os 4.000 pacientes internados nos cuidados intensivos.
A situação dos hospitais na região parisiense, onde vivem 12 milhões de pessoas, quase 20% de toda a população francesa, continua muito crítica, com uma taxa de ocupação de quase 96% nos cuidados intensivos.
O aumento do número de doentes graves levou a que começassem a ser transferidos de helicóptero pacientes para outros hospitais do país.
Os hospitais da região da capital iniciaram a suspensão de 40% das operações não urgentes, para poderem tratar os novos pacientes com covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.630.768 mortos no mundo, resultantes de mais de 118,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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