Deputado guineense Marciano Indi denuncia nova tentativa de rapto
O deputado guineense Marciano Indi denunciou hoje ter sido alvo de uma alegada tentativa de rapto por parte de elementos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) sem que saiba o motivo.
© Lusa
Mundo Guiné-Bissau
Indi, líder da bancada parlamentar da Assembleia do Povo Unido - Partido Social Democrata da Guiné-Bissau (APU-PDGB), disse que o ato aconteceu hoje de madrugada, na sua residência, em Safim, a 25 quilómetros de Bissau.
O político foi raptado e espancado no dia 22 de maio do ano passado, em plena luz do dia, quando se dirigia para a sua residência, vindo da capital guineense, por desconhecidos.
Marciano Indi faz parte do grupo de dirigentes da APU-PDGB que apoiaram a candidatura de Domingos Simões Pereira, na segunda volta das eleições presidenciais de 2019, enquanto o líder do partido, o atual primeiro-ministro, Nuno Nabiam, apoiou Umaro Sissoco Embaló, agora Presidente da Guiné-Bissau.
Na segunda-feira, Batista Té, amigo e companheiro de Marciano Indi na APU-PDGB denunciou, em conferência de imprensa, estar na posse informações de que Indi poderia ser novamente raptado.
"O objetivo desta vez é raptar para me matarem", observou hoje Marciano Indi, acrescentando que o ato só não se consumou devido à ação de um grupo de jovens que têm feito vigilância na sua residência desde maio.
Os elementos da PIR terão dito aos jovens que estavam no encalço de um ladrão, referiu Marciano Indi.
Também deputado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Marciano Indi afirmou hoje que o grupo que o raptou em maio é composto por "pessoas conhecidas pelo Presidente da República, presidente da Assembleia Nacional Popular e ministro do Interior".
"Tanto é que uma das pessoas que me raptou em maio falou, ainda no carro, com o ministro do Interior", observou Indi.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos, através do vice-presidente Victorino Indeque, condenou a situação, conforme relatos dos órgãos de comunicação que chegaram à organização.
Vários partidos com assento parlamentar também repudiaram o ocorrido.
Yaya Djaló, líder do Partido da Nova Democracia (PND) defendeu que a constituição guineense prevê a liberdade de expressão dos cidadãos guineenses, Agnelo Regala, presidente da União para a Mudança (UM) responsabiliza o Presidente guineense por ter sido quem nomeou o atual "Governo ilegal" e o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em comunicado, denunciou "um clima de terror que o regime tenta implantar" na Guiné-Bissau.
Os partidos Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15) e o Partido da Renovação Social (PRS) disseram que não se pronunciam por não terem conhecimento do caso.
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