"O contrato com a Burda GmbH foi terminado e executado depois de se ter recebido a oferta, segundo um processo estandardizado e a preços de mercado", disse hoje fonte do ministério ao jornal Der Spiegel.
Jens Spahn autorizou, em abril de 2020, a compra de centenas de milhares de máscaras ao grupo de 'media' alemão Burda, onde trabalha o seu marido, Daniel Funke.
Um porta-voz da empresa explicou que a direção daquele grupo ofereceu ao Ministério da Saúde a sua ajuda para a compra de máscaras, quando esta era urgente.
A empresa garante que Daniel Funke "não foi informado nem implicado em nenhum momento sobre a transação", que não foi cobrada, explica a agência EFE.
O grupo de 'media' aparece numa lista de empresas com quem foram celebrados contratos para o fornecimento de máscaras que o Ministério da Saúde alemão remeteu à comissão parlamentar da Saúde do Parlamento Federal alemão.
A lista a que o Der Spiegel teve acesso revela que o Ministério da Saúde recebeu 570.000 máscaras FFP2 através da empresa.
Segundo a Burda, a compra foi feita através uma empresa em Singapura, em que o grupo de 'media' tem uma participação de 10%, refere a EFE.
Essas máscaras foram adquiridas por 1,73 dólares (1,45 euros) por unidade e foram entregues, em Xangai, ao ministério, que se encarregou do seu transporte até à Alemanha.
A Burda adiantou 909.000 euros para a compra, que foram depois devolvidos pelo Governo alemão.
O "caso das máscaras" levou à abertura de investigação por fraude e corrupção por parte da procuradoria de Munique e buscas a domicílios de vários deputados.
Vários deputados da União Democrata-Cristã (CDU), de Ângela Merkel, e do seu aliado bávaro (CSU) já apresentaram a sua demissão, nos últimos dias, devido a suspeitas de terem sido cobradas comissões indevidas na compra de máscaras.
Este escândalo contribuiu para o revés eleitoral da CDU nas eleições regionais de domingo passado e prejudicaram o partido nas sondagens para as eleições legislativas de setembro, refere a AFP.
Leia Também: AO MINUTO: Reino Unido dá 873 mil vacinas em 24h; Seis mortes por cá