Venezuela acusa os EUA de impedir uso de fundos para pagar as vacinas

A Venezuela acusou hoje os Estados Unidos de impedirem bancos internacionais de desbloquearem mais de 30 mil milhões de dólares (25,36 mil milhões de euros) para comprar vacinas através do Fundo de Acesso Global para as Vacinas (Covax).

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Lusa
24/03/2021 23:27 ‧ 24/03/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

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"Têm-se realizado incansáveis ações para libertar mais de 30 mil milhões de dólares retidos no estrangeiro e destiná-los a enfrentar o grave impacto das medidas coercitivas impostas contra o povo e a compra de vacinas contra a covid-19, através do mecanismo Covax", disse a vice-presidente da Venezuela.

Delcy Rodríguez falava no palácio presidencial de Miraflores, durante uma conferência de imprensa transmitida pela televisão estatal.

A governante precisou que mais de 7 mil milhões de dólares (5,91 mil milhões de euros) deveriam ser usados para pagar as vacinas ao mecanismo Covax.

Segundo Delcy Rodríguez o Banco Central da Venezuela solicitou ao banco norte-americano Citibank, que desbloqueasse 346 milhões de dólares (292,5 milhões de euros), recebendo como resposta que esses fundos foram transferidos para a Reserva Federal dos Estados Unidos, por ordem do líder opositor Juan Guaidó.

Por outro lado, precisou que o Governo venezuelano solicitou ao Ministério Público que investigue amplamente "os atos criminosos, de roubo, de sequestro dos recursos do povo venezuelano para atender a pandemia da covid-19" e "determine a responsabilidade de Juan Guaidó e do seu grupo" por "impedir o direito à saúde e à vida do povo da Venezuela.

"Esperamos máxima celeridade nas investigações do Ministério Público", sublinhou.

Durante a conferência de imprensa a vice-presidente venezuelana voltou a recordou a posição do Governo do Presidente Nicolás Maduro, insistindo que a Venezuela não autoriza o uso local das vacinas produzidas pela AstraZeneca.

Na Venezuela, estão oficialmente confirmados 152.508 casos da covid-19, desde o início da deteção da doença no país, em março de 2020.

Há 1.511 mortes associadas ao novo coronavírus e 141.831 pessoas recuperaram da doença.

No último domingo o Presidente Nicolás Maduro decretou duas semanas de "quarentena radical" até depois da Páscoa, para tentar travar a propagação local das variantes do vírus da covid-19 detetadas no Brasil.

O país está em estado de alerta desde 12 de fevereiro de 2020, e, segundo a imprensa local, foram detetados casos das variantes inicialmente registadas no Brasil em Caracas, Miranda, La Guaira, Bolívar, Monagas, Anzoátegui, Guárico, Zulia y Mérida.

Segundo a Associação de Clínicas e Hospitais (ACCH), as áreas de hospitalização e isolamento e de terapia intensiva de 11 clínicas privadas da cidade de Caracas estão a registar entre "95% e 100%" de ocupação de pacientes diagnosticados com a covid-19.

A Venezuela recebeu, em 02 de março, meio milhão de doses de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm contra a covid-19 e em 13 de fevereiro, recebeu as primeiras 100 mil doses da vacina russa.

Segundo a Academia Nacional de Medicina da Venezuela, o país necessita de 30 milhões de vacinas para imunizar 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões prioritários.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: ONU aprova resolução contra bloqueio dos EUA

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