O ataque ocorreu quando se cumprem seis anos da intervenção militar de uma coligação liderada por Riade no Iémen, em apoio ao Governo iemenita reconhecido internacionalmente e contra os rebeldes ajudados pelo Irão.
Designado de "Operação do Dia Nacional da Resistência", o ataque na noite de quinta-feira teve como objetivo "bases militares e instalações vitais do inimigo saudita", incluindo da importante empresa petrolífera estatal Aramco, disse o porta-voz militar dos Huthis, Yahia Sarea, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
Adiantou que foram utilizados 12 aviões não tripulados ('drones') Sammad-3, seis do tipo Qasef-2K e oito mísseis balísticos de diferentes tipos.
No passado dia 22, a Arábia Saudita tinha proposto um cessar-fogo no Iémen que os rebeldes recusaram.
Os sauditas deram conta de um incêndio num tanque de combustível numa instalação petrolífera em Jizan, no sudoeste do país, perto da fronteira com o Iémen, na sequência do ataque dos rebeldes, que não terá causado vítimas.
Sarea alertou que o grupo está "preparado para realizar operações militares mais severas num futuro próximo" e voltou a pedir a Riade para acabar com a sua "agressão" contra o Iémen e com o bloqueio aéreo, naval e terrestre que impõe há anos ao país.
Na quinta-feira o líder do movimento rebelde, Abdelmalek al-Huthi, afirmou estar preparado para "uma paz honrosa", após a proposta de Riade de um cessar-fogo global, a reabertura do aeroporto internacional de Sanaa e o início de negociações mediadas pela ONU.
No entanto, o dirigente rebelde assinalou que antes disso os sauditas devem acabar com o bloqueio ao Iémen e com a intervenção militar que dirigem da coligação de países sunitas contra os insurgentes xiitas.
A guerra no Iémen começou em 2014 quando os Huthis conquistaram vastas zonas no norte do país, incluindo a capital, expulsando o governo e obrigando o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi ao exílio na Arábia Saudita.
O conflito já matou cerca de 130.000 pessoas, incluindo mais de 13.000 civis, segundo o Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Casos (ACLED na sigla em inglês).
Milhões ficaram deslocados e o país vive a pior situação humanitária do mundo, de acordo com a ONU.
Leia Também: Mais de 17 mil civis mortos no Iémen em ataques sauditas