Os 15 membros do Conselho de Segurança iniciarão a sessão, que acontecerá à porta fechada, com um 'briefing' sobre a situação em Myanmar, que será feito pela enviada especial da ONU, Christine Burgener.
Para já, ainda não há nenhuma certeza de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas possa chegar a um acordo sobre uma nova declaração, no final da reunião, sendo para tal necessária unanimidade dos membros, incluindo a China e a Rússia.
Em 10 de março, o Conselho de Segurança condenou "fortemente a violência contra manifestantes pacíficos, incluindo mulheres, jovens e crianças", numa declaração suscitada pelo Reino Unido, que condenou a junta militar de Myanmar, que tomou o poder em 01 de fevereiro.
Apesar das tentativas dos países ocidentais, o Conselho recusou nessa altura fazer qualquer menção à possibilidade de sanções internacionais, caso a repressão continuasse, devido à oposição da China e da Rússia, bem como de outros países asiáticos com assento na organização, como a Índia e o Vietname.
No dia 04 de fevereiro, e apenas dois dias de discussões, um primeiro texto do Conselho de Segurança da ONU, também elaborado por Londres, deixou um sinal de unidade entre os países membros, mas limitou-se a evocar "profunda preocupação" com a situação em Myanmar, também sem qualquer referência à eventualidade de sanções contra Myanmar.
A junta militar que derrubou a chefe de Governo civil Aung San Suu Kyi, em 01 de fevereiro, tem reprimido de forma violenta as manifestações diárias que pedem o regresso da democracia e a libertação de antigos líderes.
A ONU estima que, só no passado sábado, a repressão sobre os manifestantes tenha provocado 107 mortes, incluindo sete crianças, e os 'media' locais falam em 114 vítimas mortais, naquele que terá sido o mais sangrento fim de semana desde o início da crise.
Pelo menos 459 pessoas já morreram desde o golpe, que os militares justificam alegando fraude eleitoral cometida nas eleições legislativas de novembro passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia, partido de Suu Kyi, venceu por esmagadora maioria.
Tanto os observadores internacionais como a comissão eleitoral deposta pela junta militar após a tomada do poder negaram a existência de irregularidades, apesar da insistência de alguns comandantes do Exército, cujo partido detém 25% dos lugares no Parlamento.
A comunidade internacional tem anunciado sanções contra os líderes do golpe militar, incluindo o general Min Aung Hlaing, presidente do Conselho Administrativo de Estado e autoridade máxima em Myanmar.
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