Num discurso feito no auditório do parlamento regional, antes da segunda votação da sua investidura - que provavelmente também fracassará devido à abstenção do JxCat -, Aragonès considerou "imprescindível coordenar estratégias" entre as forças independentistas, mas demarcou-se de Puigdemont, investido presidente da Generalitat em 2016 e líder de um movimento que organizou um referendo sobre a independência da região em relação a Espanha.
A lei eleitoral catalã indica que o presidente da Generalitat é eleito numa votação do parlamento, composto pelos deputados escolhidos nas eleições regionais. O nome proposto pelos partidos pode eleito à primeira votação, se tiver maioria absoluta ou eleito por maioria simples em votações sucessivas de investidura.
Aragonès tem sido favorável ao "reconhecimento de todos os espaços" independentistas, tanto na Catalunha como "no exílio", mas também exigiu "valorizar a liderança das instituições catalãs, deste o parlamento ao Governo e presidência".
O próximo presidente, sublinhou, terá uma "responsabilidade intransmissível e insubstituível", afirmou, numa referência ao seu antecessor no cargo, Quim Torra, que reconheceu Puigdemont como "presidente legítimo" da Catalunha, apesar deste viver refugiado em Bruxelas.
Aragonès admitiu que se deve "aproveitar todos os ativos", mas sublinhou que pretende exercer o cargo de presidente "sem substituições nem tutela", mensagem velada dirigida ao JxCat, que considera dever ser criado um Conselho da República, um espaço liderado por Puigdemont que junte o núcleo de decisão estratégica do movimento independentista.
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