"A recuperação económica depende do acesso às vacinas e do acesso a liquidez que consiga fazer crescer as economias", disse o responsável, durante uma apresentação centrada em África do relatório do Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais (UNDESA), divulgado no final de janeiro.
Segundo Armah, "os desafios sobre o financiamento externo e a dívida elevada são os principais riscos para a previsão" de crescimento económico no continente, que a UNDESA estimava em janeiro que ia ser de 3,2%, em linha com os até 3,4% estimados hoje pelo Banco Mundial.
"O custo do serviço da dívida é mais alto em África que nos países desenvolvidos e na Ásia, e isto é importante porque para as economias recuperarem precisam de espaço orçamental e esta diferença nos custos de financiamento torna difícil que tenham acesso aos recursos necessários para responder à pandemia", disse o responsável, na apresentação do relatório, feita em formato virtual a partir de Adis Abeba.
"Os países africanos precisam de mais apoio internacional para evitar uma crise da dívida, um crescimento lento e a armadilha da dívida alta", salientou, apontando que, a par desta questão financeira, "o acesso a vacinas é crucial".
Uma crise da dívida, concluiu, "piora não apenas as condições económicas, mas força também um doloroso ajustamento fiscal, piorando as perspetivas de desenvolvimento, e pode criar agitação social e tensões políticas, que podem rapidamente escalar, aumentando a insegurança, a violência, as deslocações internas, as migrações e a insegurança alimentar".
África registou mais 233 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 112.471 desde o início da pandemia, e 8.019 novos casos de infeção, segundo os dados oficiais mais recentes no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 4.203.087 e o de recuperados nas últimas 24 horas é de 8.499, para um total de 3.762.968 desde o início da pandemia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.792.586 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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