Em declarações à France-Presse (AFP), a governadora da província de Kivu do Norte, Carly Nzanzu Kasivita, explicitou que elementos das Forças Democráticas Aliadas invadiram a vila de Beu Manyama-Moliso e mataram 23 pessoas.
"Dois outros corpos acabaram de ser encontrados, elevando o número para 25", acrescentou a governante.
Beu Manyama-Moliso é uma pequena povoação no território de Beni, que faz fronteira com Irumu (província de Ituri).
Janeiro Manemo, agricultor, disse que fugiu "para o mato" quando ouviu "os gritos", e continuou a caminhar "durante a noite até Mamove", uma aldeia vizinha.
"Todos os agricultores que ficaram lá estão mortos", acrescentou.
As ADF são originalmente rebeldes muçulmanos ugandeses que estão no leste da RDCongo desde 1995 e que se opõem ao regime de Yoweri Museveni.
É de longe a milícia mais mortífera entre as 122 que ainda estão ativas no leste da RDCongo, país que vive uma crise profunda há 25 anos.
Em 11 de março, os Estados Unidos colocaram este grupo armado entre os "grupos terroristas" filiados ao grupo Estado Islâmico (EI).
Também em meados de março, as Nações Unidas denunciaram que cerca de 200 pessoas foram mortas este ano e 40.000 ficaram deslocadas dentro do território de Beni.
Antes desta última deslocação em massa, cerca de 100.000 pessoas deslocadas internamente na RDCongo já necessitavam de proteção e assistência em Beni, mas a falta de financiamento reduziu a capacidade do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados para fornecer assistência humanitária, incluindo abrigo.
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