"É um recorde! Nunca foram detetadas nove ninhadas nos Pirenéus desde que estudamos a população de ursos", declararam as associações francesas Pays de l'ours - Adet e Ferus, associadas ao Gabinete Francês de Biodiversidade (OFB) através da organização ROB.
A população de ursos nos Pirenéus tem aumentado quase constantemente desde 1995, quando eram menos de dez. Em 2019, eram 58 animais, de acordo com a Réseau Ours Brun.
As associações apontam ainda que "apesar da evolução positiva, estes 64 ursos ainda não constituem uma população viável", estatuto que só pode ser alcançado com "50 ursos a participar na reprodução e com boa diversidade genética", objetivos da Plano Urso 2018-2028 do Governo francês.
"O Estado parece ter esquecido" este plano, referiram os grupos Pays de l'ours - Adet e Ferus.
"A distância percorrida mais uma vez é notável, demonstra a viabilidade do projeto, mas ainda são necessários esforços", acrescentaram.
Outro motivo de satisfação é que as organizações não-governamentais (ONG) observam que houve "muito poucos danos aos rebanhos protegidos".
O relatório da ROB contabiliza 369 ataques a gado e uma queda acentuada no número de animais mortos ou feridos - 636, menos de metade do que em 2019 (1.200).
Os ataques de ursos ao gado são um ponto de tensão entre os pastores. Em julho, uma manifestação reuniu cerca de 1.800 criadores de gado e opositores dos ursos, contra o projeto, e a mobilização continua forte.
Para evitar ataques, o Pays de l'ours - Adet recomenda imitar a Espanha, que mostra "o caminho a seguir", protegendo mais os rebanhos, em particular à noite e graças aos cães no verão.
A associação pede ainda a substituição dos três ursos mortos em 2020, "de acordo com o compromisso assumido no Plano Urso 2018-2028".
Em 2021, preveem as associações, o aumento do número de ursos nos Pirenéus deve continuar, uma vez que "14 ou 15 fêmeas podem potencialmente ter crias".
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