EUA saúdam reunião sobre nuclear iraniano e admitem "medidas recíprocas"
Os Estados Unidos saudaram hoje o anúncio de uma reunião na sexta-feira dos países ainda membros do acordo sobre o nuclear iraniano, afirmando estarem dispostos a "medidas recíprocas" com o Irão para regressarem ao texto.
© ANDREW HARNIK/POOL/AFP via Getty Images
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"É uma etapa positiva", disse perante os 'media' o porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price, acrescentando que Washington, ausente na reunião organizada sexta-feira pela União Europeia (UE), partilhou com os seus parceiros as medidas para salvar o acordo de 2015, "incluindo através de um conjunto de medidas recíprocas iniciais".
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, anunciou hoje a organização de uma reunião da comissão mista do acordo sobre o nuclear iraniano em videoconferência para "discutir a perspetiva de um eventual regresso dos Estados Unidos".
"A comissão mista será presidida, em nome do alto representante [o chefe da diplomacia] da UE, Josep Borrell, pelo secretário-geral adjunto e diretor político do Serviço europeu para a ação externa Enrique Mora e reunirá representantes da China, da França, da Alemanha, da Rússia, do Reino Unido e do Irão", segundo um comunicado.
"Os participantes discutirão a perspetiva de um eventual regresso dos Estados Unidos ao JCPOA (o Plano de Ação conjunto Global concluído em Viena em 2015) e de forma a assegurar a aplicação completa e eficaz do acordo por todas as partes", lê-se no documento.
Na terça-feira, o Irão indiciou que faz depender a paragem da produção de urânio enriquecido a 20% do fim de "todas as sanções" dos Estados Unidos, em resposta a uma eventual proposta de Washington de retomar as negociações sobre energia nuclear.
"O enriquecimento [de urânio] a 20% está em concordância com o artigo 36.º do JCPOA e só [pode conhecer um fim] se os Estados Unidos levantarem todas as sanções", disse um alto responsável iraniano sob anonimato à televisão estatal de Teerão Press TV, em língua inglesa.
O JCPOA foi assinado entre o Irão e seis grandes potências - Estados Unidos, Rússia, República Popular da China, França, Reino Unidos e Alemanha) mas Washington retirou-se de forma unilateral, durante a Presidência de Donald Trump.
Biden já expressou vontade em regressar ao acordo mas com condições.
Irão começou a produzir urânio (20%) no passado mês de janeiro, transgredindo o pacto, que estipula o máximo de pureza até 3,67% e está também a usar centrifugadoras avançadas quando o JCPOA apenas permite os equipamentos de primeira geração.
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