"Para assegurar a transparência e a responsabilidade no processo de vacinação, e para proteger a integridade do país, o Governo está hoje a fechar a janela da importação, distribuição e administração de vacinas pelo setor privado, até que haja uma maior transparência e responsabilidade em todo o processo", declarou o Comité Nacional de Resposta de Emergência sobre o coronavírus na sexta-feira à noite.
As instalações de saúde privadas têm cobrado cerca de 80 dólares pela vacina russa Sputnik, enquanto as instituições governamentais estão a dar gratuitamente as vacinas AstraZeneca-Oxford, recebidas da iniciativa global COVAX, criada para assegurar que os países de baixo e médio rendimento têm um acesso justo às vacinas.
Nas últimas semanas, o Governo queniano tem estado numa campanha de sensibilização para reduzir a relutância dos trabalhadores da linha da frente em aceitar as vacinas da AstraZeneca-Oxford.
Até agora, cerca de 160.000 pessoas foram vacinadas em mais de um mês, desde que o país recebeu pouco mais de um milhão de doses.
Em 26 de março, depois de ter anunciado uma nova restrição mais rigorosa à circulação e reunião devido a um surto de casos do novo coronavírus e mortes, o Presidente, Uhuru Kenyatta, levou o seu gabinete a ser vacinado publicamente.
O Kenya Medical Practitioners and Dentist Union afirma que a relutância dos profissionais de saúde se devia ao facto de não terem sido suficientemente sensibilizados antes de as vacinas chegarem.
O Governo do Quénia diz que a taxa de positividade do país saltou de 2,6%, no final de janeiro, para 19,1%, em 02 de abril, depois de 9.676 pessoas terem sido testadas na quinta-feira.
Entretanto, o Governo britânico anunciou que, a partir de 09 de abril, não permitirá cidadãos quenianos e outros que tenham transitado por este país da África oriental.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Quénia divulgou na quinta-feira uma declaração do Reino Unido que afirma que uma quantidade significativa de viajantes do Quénia está a dar positivo para a variante B.1.351 da doença, que teve origem na África do Sul.
Apenas os cidadãos britânicos e os detentores de autorizações de residência serão autorizados a entrar a partir do país, prosseguiu a declaração. Semanalmente, cerca de 550 pessoas viajam do Quénia para o Reino Unido.
O Alto Comissariado Britânico salientou que estas são medidas temporárias que serão mantidas sob revisão, afirmou.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.839.051 mortos no mundo, resultantes de mais de 130 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.